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Em Azambuja a tradição não morre

Em Azambuja a tradição não morre

Pela primeira vez, em 60 anos, realizou-se a procissão em honra de Nossa Senhora da Assunção. Mas as Festas de Azambuja são sobretudo uma homenagem aos campinos e à festa brava.

Este ano, na tradicional festa de homenagem à padroeira de Azambuja - Nossa Senhora da Assunção - a grande novidade foi o retomar de uma antiga tradição, há muito ansiada pela população: a procissão solene em honra da santa, que não era realizada há 60 anos. “Há sete anos, desde que organizamos esta festa, que pedimos ao padre para realizar a procissão, mas só com a mudança de pároco é que foi possível. Estamos muito felizes”, disse a O MIRANTE Nuno Engrácio, presidente da direcção da Poisada do Campino que, em conjunto com a Junta de Freguesia de Azambuja, organiza o evento. Paulo Pires é o novo padre da paróquia da vila de Azambuja e, de acordo com Nuno Engrácio, “acedeu de imediato” ao pedido da organização.
As festas arrancaram na sexta-feira, 16 de Setembro, com a actuação da fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Azambuja, e contaram com duas inaugurações: um painel de azulejos alusivo à figura do campino e a abertura de uma exposição de fotografia, assinada por António Leal, que retrata a vida de várias colectividades do concelho. Mas foi a animação taurina _ que arrancou na manga da Várzea do Valverde, ainda na noite de sexta-feira, com uma largada de toiros recolhidos a cavalo, que chamou mais público, assim como a “Prova da Vaca” que se realizou no mesmo local, no dia seguinte, e a que O MIRANTE assistiu.

Duas mulheres e um aspirante a campino na “Prova da Vaca”
A “brincadeira”, como José Barroca - o animador e apresentador de serviço - lhe chamou, retrata aquilo que era costume fazer-se no campo e que hoje já raramente acontece: “Quando os empresários iam escolher os toiros para as corridas e os campinos tinham como tarefa separar os animais escolhidos”, explicou.
No campo, em competição, estavam três grupos de campinos, um deles amador, que contavam com duas mulheres. Bárbara Cunha e Sara Inês foram muito aplaudidas pelo público e encorajadas por José Barroca, que pelo microfone avisava: “Nada de picar o animal”. Do grupo que ficou em segundo lugar na prova, fazia parte Ruben Feitor, de apenas 14 anos, que garantiu ao nosso jornal não lhe sobrarem dúvidas acerca da profissão que quer seguir: “Quero ser campino”, afirmou, com um sorriso rasgado.
“Aqui a tradição não morre”, assumiu a O MIRANTE o presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Luís de Sousa (PS). A autarquia apoia desde o início as festas e o edil não poderia estar mais satisfeito com a iniciativa. “Na minha família somos muito aficionados”, garantiu.
Luís de Sousa assistia à “Prova da Vaca” e esperava pelos seis netos, também eles fãs da festa brava. “Gosto muito de toiros e cavalos. Aliás, até tentei aprender a andar a cavalo, mas tenho receio, porque me falta o equilíbrio. Mas tenho um neto que está a estudar equitação na Coudelaria de Alter do Chão”, confidenciou. Convicto de que a festa é para repetir por muitos anos, afirma que “se não melhorarmos, vamos pelo menos manter esta bitola. As festas atraem muita gente”. O autarca foi um dos que assistiu, nessa mesma noite, à actuação do músico Berg, no Campo da Feira.
A animação das festas contou ainda com a “Mesa da Tortura”, “O Jogo da Rosa”, uma “burricada” entre as várias tertúlias da vila e um desfile de campinos com jogos de cabrestos, cavaleiros amadores, tertulianos e pescadores de Azambuja, além de um concerto pela escola de fado do Centro Cultural Azambujense e ainda um espectáculo de dança em que participaram as escolas Alunos de Apolo de Azambuja e do Club Azambujense.
Os festejos só terminam este domingo, dia 25 de Setembro, com a realização do 23º festival do rancho infantil “Tradicionais Rapazes da Grade e Raparigas da Monda de Azambuja”.

José Barroca, o apresentador da “Prova da Vaca”, ao lado da veterinária Raquel Cunha, que há dois anos acompanha todas as provas do género. “Tenho tido sorte, não tem acontecido nenhum acidente. Mas a minha colega, que apoiava estas iniciativas em anos anteriores, tratou alguns cavalos que ficaram feridos durante as festas”, diz a médica.

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