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De zeloso colaborador a crítico contundente em menos de um ano

De zeloso colaborador a crítico contundente em menos de um ano

Luís Ferreira, ex-chefe de gabinete da presidente do município, desvinculou-se da bancada do partido na assembleia municipal e lançou duras críticas à gestão da coligação PS/CDU na Câmara de Tomar que serviu fervorosamente até final de 2015. As cisões entre os socialistas de Tomar são evidentes a um ano das autárquicas.

O ex-chefe de gabinete da presidente da Câmara de Tomar, Luís Ferreira, que se desvinculou da bancada do Partido Socialista (PS) na assembleia municipal e saiu do secretariado da Federação Distrital de Santarém do PS “por razões políticas”, não poupa nas críticas à gestão municipal da coligação PS/CDU, liderada por Anabela Freitas (PS), que serviu até final de 2015.
“Não só não presta, aos dirigentes da sua comissão política e muito especialmente aos seus autarcas, as necessárias informações ou sequer os envolve nas decisões, retirando-lhes assim as condições para o cabal desempenho da sua missão, bem como reage de forma descabida e exagerada a qualquer esboço de sugestão de melhoria, crítica ou tão só aos alertas para a necessidade de discutir com maior profundidade os temas da gestão municipal”, refere Luís Ferreira numa nota pública que escreveu sobre as razões da sua desvinculação ao PS.
O agora deputado não adstrito na Assembleia Municipal de Tomar (AMT) é duro nas críticas à actual gestão na Câmara de Tomar demonstrando que se estão a agravar as cisões no PS de Tomar. O ex-chefe de gabinete de Anabela Freitas considera que “tal forma de agir” [da actual coligação PS/CDU que gere a autarquia], “muitas vezes baseada em meros estados de alma, demonstra desnorte, falta de liderança na afirmação regional do papel de Tomar, por exemplo, ou na prossecução da estratégia capaz de implementar a agenda de mudança a que todos nós, os eleitos do PS, nos comprometemos”, sublinhou.
Ferreira informa que não detém, actualmente, quaisquer responsabilidades executivas no PS que o obriguem a dar especial suporte à condução política autárquica seguida pelo executivo municipal de Tomar de que foi colaborador e defensor fervoroso durante a primeira metade deste mandato. As coisas começaram a mudar a partir do momento em que deixou de ser chefe de gabinete de Anabela Freitas para assumir um lugar de técnico de informática no quadro do município tomarense, na sequência de um concurso que acabaria por ser anulado pouco tempo depois por imposição do Governo. E Ferreira lá teve de voltar para Alpiarça, onde é funcionário do quadro do município. Entretanto já foi colocado noutro organismo, em Coimbra.
Agora, o deputado municipal - que na primeira metade do mandato era acusado pela oposição de ter um poder excessivo como chefe de gabinete e de ser quem, efectivamente, mandava na câmara - não poupa nas críticas à coligação do PS com o vereador da CDU, Bruno Graça, referindo ser “notório” o ascendente pernicioso do vereador da CDU sobre a presidente do município.
Luís Ferreira termina o seu esclarecimento a desejar que, apesar das divergências, espera que o PS vença as próximas eleições autárquicas que se realizam no próximo ano.

Garante que não vai ser oposição ao PS

Luís Ferreira anunciou a sua desvinculação à bancada do PS na assembleia municipal uma semana antes da última reunião daquele órgão deliberativo. A sessão, que decorreu na sexta-feira, 30 de Setembro, tinha um interesse adicional para ver como seria a relação de Luís Ferreira com os seus anteriores colegas de bancada. A primeira alteração foi o facto de Ferreira ter deixado a bancada socialista, que se situa ao centro da sala, cujas mesas estão dispostas em formato de U. O agora deputado individual sentou-se o mais à direita possível, na ponta da mesa, muito mais perto do executivo municipal.
Durante a sua primeira intervenção garantiu que não ia ser oposição ao PS nem ao executivo municipal uma vez que é “fiel ao programa eleitoral” do partido pelo qual foi eleito. No entanto, ao longo do período da Ordem do Dia questionou a presidente sobre quase todos os pontos, tendo esta respondido. De resto, a sua participação foi calma e normal.

De zeloso colaborador a crítico contundente em menos de um ano

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