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“Trabalhar nas obras foi uma das minhas maiores lições de vida”

Jorge Manuel Gaspar é vice-presidente da Câmara Municipal do Sardoal

A maior lição de vida de Jorge Manuel Gaspar, 48 anos, vice-presidente da Câmara do Sardoal, foi quando trabalhou na construção civil durante as férias escolares. Foi nessa altura que ganhou amor aos livros. Estudou durante anos no seminário até ganhar coragem para dizer à sua mãe que odiava aquilo pela rigidez imposta. Talvez tenha sido por isso que quando chegou ao Exército não sentiu grandes dificuldades em se adaptar. Demorou três meses até decidir aceitar o convite do actual presidente da Câmara do Sardoal, Miguel Borges, para ir para a política mas não está arrependido.

A minha vinda para a política surgiu com um convite do actual presidente da Câmara do Sardoal, Miguel Borges. Ele disse-me claramente, em Janeiro de 2013: “Jorge, preciso de alguém com o teu perfil para me ajudar a fazer o trabalho a que me proponho”. Demorei três meses a decidir e aqui estou. Nunca me passou pela cabeça abandonar o Exército. É uma profissão da qual muito gosto e de que muito me orgulho.
Quando era miúdo fui trabalhar nas férias para a construção civil. Foi nessa altura que ganhei amor aos livros. Foi uma das minhas maiores lições de vida. Estudei muitos anos no seminário até ganhar coragem para dizer à minha mãe que odiava aquilo. Era de uma extrema rigidez, por isso, quando cheguei ao Exército, aquilo foi extremamente fácil.
As forças armadas existem para servir e a política também. Mas como em tudo na vida existem bons e maus profissionais. No meu entender há profissões que são diferentes como os militares, os políticos, os médicos, os padres em que as pessoas não podem estar ali pelo dinheiro mas sim por missão. Vim para a política para ganhar menos.
Nas autarquias contam mais as pessoas do que os partidos. E nestes meios mais pequenos isso nota-se ainda mais pela proximidade. As pessoas vêm falar connosco aqui a casa, batem à porta e apresentam os seus problemas. Vou jantar com a minha família e vêm sempre falar comigo. Mas não posso levar a mal. Temos de aceitar isso porque ninguém nos obrigou a vir para este cargo. Fomos nós que nos propusemos a resolver os problemas dos munícipes.
A parte chata da política são algumas pessoas maldosas. Se as pessoas estiverem na política para fazer bem e para servir é uma actividade da maior nobreza. Daí que entre a instituição militar e a actividade política, se ela for feita de forma séria e isenta, não haja assim tantas diferenças. A vinda de militares para a política não é assim tão mal vista. Os militares têm a fama, e espero que o proveito, de terem um conjunto de valores que são essenciais numa sociedade como o rigor, isenção, respeito, responsabilidade e disponibilidade total, entre outras.
Trabalho 12 a 13 horas por dia e faço-o com gosto. Ninguém me obriga. Não consigo ir para a cama sem ter os problemas daquele dia quase todos resolvidos. O pouco tempo livre que tenho é dedicado à família e ao associativismo. Sempre fui muito ligado às associações e noto que na colectividade aqui da terra começam a aparecer muitos jovens.
As novas tecnologias vieram dar uma aparente satisfação. Está tudo atrás de um ecrã, aparentemente. Mas nos últimos dois ou três anos estamos a verificar que estão a aparecer mais jovens. Vêm, divertem-se e estão a descobrir que afinal há mais vida para além do computador e do telemóvel. Vejo que os jovens estão a dar mais importância às relações humanas. Ali percebem que arranjam bons amigos. No arraial deste ano tivemos um número recorde de jovens a ajudar e a participar.

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