Pinturas nos claustros do antigo convento de S. Domingos feitas sem autorização
Direcção Geral do Património Cultural já notificou a Câmara de Abrantes para remover a tinta com urgência.
As pinturas feitas em colunas dos claustros do antigo convento de São Domingos, em Abrantes, durante o evento cultural Creative Camp, que decorreu em Julho, foram realizadas sem o “devido parecer prévio e vinculativo” da Direcção Geral do Património Cultural (DGPC), como se impunha dado tratar-se de um imóvel classificado. O Ministério da Cultura deu essa informação na resposta a uma pergunta do deputado do PCP, António Filipe, onde se divulga também que a Câmara de Abrantes já foi oficiada “no sentido da remoção urgente das pinturas”.
A intervenção artística no antigo convento de S. Domingos em Abrantes, onde vai nascer o Museu Ibérico de Arqueologia e Artes, não foi consensual, apesar de a organização do Creative Camp - que junta durante uma semana, no Verão, em Abrantes, criativos de todo o mundo -, ter afirmado que as colunas foram revestidas com uma protecção de silicone, que facilita a remoção da tinta, numa intervenção articulada com a Câmara de Abrantes.
O vereador da Cultura da Câmara de Abrantes, Luís Dias, diz que as pinturas nas colunas serão removidas quando começarem as obras para instalação do museu, o que prevê que aconteça ainda durante o corrente ano. A inscrição de várias letras, a tinta vermelha, em diferentes ângulos que obrigam o visitante a movimentar-se para ler a palavra “Transição”, vai desaparecer com a obra, pelo que o património não será lesado nem do ponto de vista físico nem químico.
Recorde-se que o rasgo criativo levou o PCP a pedir esclarecimentos ao Ministério da Cultura, questionando se autorizou a realização de pinturas nas colunas do antigo convento. No texto entregue no dia 15 de Setembro no Parlamento, o deputado comunista eleito pelo círculo de Santarém, António Filipe, considera que as pinturas, realizadas por participantes no Creative Camp, promovido pelo canal de televisão 180, “representam uma grave lesão do edifício”, datado de 1517 e classificado imóvel de interesse público. “Será muito difícil remover a totalidade das marcas deixadas por essas pinturas”, referia.