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“A fiscalidade devia acompanhar a evolução da igualdade de género?”
Andrea Firmino

“A fiscalidade devia acompanhar a evolução da igualdade de género?”

Andrea Firmino, Cartaxo, Advogada e Árbitra em matéria Fiscal no CAAD. Interrogada sobre o que não lhe foi perguntado no inquérito de O MIRANTE refere um tema que dava pano para mangas. “Gostava que me perguntassem se a fiscalidade devia acompanhar a evolução da igualdade de género; daria, concerteza, uma excelente discussão”.

Andrea Firmino diz que sempre foi facto assente que queria aprender e praticar o Direito e que nunca se imaginou a trabalhar numa outra área. Concretizou o seu desejo e é hoje, Advogada e Árbitra em matéria Fiscal no CAAD (Centro de Arbitragem Administrativa). Diariamente, para além de enfrentar os naturais desafios da sua profissão, dá especial atenção à gestão do seu tempo, o que nem sempre é fácil por causa dos imprevistos.
Não se lembra de alguma vez ter pensado ser homem. Considera que a maior vantagem das mulheres relativamente aos homens é poderem gerar outra vida. Quanto a traços comuns à maioria dos homens que lhe causem inveja identifica um. “A falta de sensibilidade para alguns assuntos que lhes dá um certo nível de descontracção”.
Faz uma ressalva para dizer que a capacidade de gerar outra vida é, por vezes, penalizada no mundo laboral. “A maternidade é, na verdade, também um factor decisivo para o afastamento principalmente pelas entidades patronais que não lidam ainda muito bem com as prioridades das mulheres que são mães!”, refere.
A advogada não consegue afirmar que os homens são todos iguais mas cita, com subtileza, quem o consegue fazer. “Concordo com o que escreveu Miguel Esteves Cardoso: ‘Se os homens fossem todos diferentes, as mulheres seriam felizes’!”.
Para os que acham que já existe igualdade entre homens e mulheres nas sociedades ocidentais, nomeadamente em Portugal, deixa a sua própria reflexão sobre o assunto:
“Não posso deixar de admitir que, ao longo dos anos, tem existido bastantes progressos na igualdade de género (por exemplo, através da introdução de legislação neste domínio, na mudança progressiva de mentalidades, os papéis do nosso “modelo familiar” que já não se encontram totalmente delimitados em função do sexo, etc). É, contudo, evidente que esta igualdade de género ainda não se encontra implementada em todos os sectores da sociedade, quer do ponto de vista laboral, familiar, político ou mesmo pessoal”.
Onde Andrea Firmino diz encontrar maior desigualdade é na política. “Neste campo a falta da igualdade de género tem sido evidente. Noto, contudo, que já se notam avanços bastante expressivos não só pelas mulheres que actualmente ocupam lugares de destaque na política nacional e até internacional. Dentro das nossas portas, recorde-se esta última campanha para as Presidenciais em que tivemos, inicialmente, quatro candidatas à Presidência da República.
Diz que um elemento que tem evitado uma situação muito pior a nível de representação política é a Lei da Paridade. “Não tenho dúvidas que, à data de hoje, se não existissem quotas, o Parlamento português, por exemplo, teria muito menos deputadas a representar o povo português.”
Equilíbrio é a palavra que usa para se referir a questões como a divisão das tarefas domésticas ou a coordenação da gestão de um lar. Considera que qualquer homem ou mulher gosta e/ou precisa de consideração e reconhecimento, por isso dar e receber mimos e atenções é um papel da mulher e do homem!”. Relativamente à educação dos filhos defende que não pode ser igual para ambos os sexos. “Tenta-se, mas existem características intrínsecas de cada sexo que se torna impossível levar a educação no mesmo barco”.
Tem poucas horas vagas e diz que as que tem são totalmente dedicadas aos filhos e amigos. Já assistiu a touradas e a jogos de futebol ao vivo e diz que gosta embora não sejam as suas “fontes de entretenimento” preferidas.
Falando de leituras, Andrea Firmino diz que foi habituada a ler clássicos da literatura, nomeadamente da literatura portuguesa mas que atualmente, gosta bastante da nova vaga de escritores portugueses como Valter Hugo Mãe, Jacinto Lucas Pires e José Luís Peixoto.

“A fiscalidade devia acompanhar a evolução da igualdade de género?”

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