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“Ainda quero ver uma mulher como presidente de um dos grandes clubes de futebol”
Diva Cobra

“Ainda quero ver uma mulher como presidente de um dos grandes clubes de futebol”

Diva Cobra - Presidente do conselho de administração da Desmor - Rio Maior. Educar os filhos de acordo com o sexo só ajuda a manter as desigualdades entre homens e mulheres que continuam a existir na sociedade. Essa é a opinião de Diva Cobra que só lamentou não ter nascido rapaz quando era jovem e eles não a deixavam jogar à bola.

Portugal não tem muitas mulheres em cargos de liderança política e Diva Cobra, presidente do conselho de administração da Desmor - Empresa Municipal que gere o complexo desportivo de Rio Maior - diz que para a situação se alterar necessitamos de uma democracia mais consolidada. Curiosamente, quando se fala do futuro não diz que tem o desejo de ver uma mulher eleita Presidente da República mas sim presidente de um grande clube de futebol chamando a atenção, de forma indirecta, para um sector onde ainda deverá haver menos mulheres do que na política.
A gestora diz que a igualdade entre homens e mulheres não existe mas regista as melhorias que têm vindo a acontecer. “Penso que existe igualdade ao nível do ensino, do trabalho e do emprego mas não sinto que exista ao nível da família e naquilo que é a conciliação entre a vida profissional, familiar e pessoal. É uma questão cultural mas tenho esperança que consigamos evoluir nesse sentido. Se olharmos para os dados relativos à violência doméstica sobre as mulheres, e aos níveis de participação feminina no desporto, vemos que ainda temos algum caminho a percorrer”, refere.
Uma outra situação a que Diva Cobra considera necessário dar atenção prende-se com a educação que algumas famílias dão aos filhos. Infelizmente não é dada a mesma educação a filhos e filhas. E entristece-me um pouco ver isso na minha geração, onde as coisas já deveriam ser tão diferentes …” Sobre quem manda em casa é peremptória. “Responsabilidades repartidas por todos, inclusive pelos mais novos, para um dia mais tarde saberem ‘mandar’ nas suas próprias casas”.
E há alguma razão para as mulheres continuarem tão afastadas dos lugares de chefia? A presidente do Conselho de administração da Desmor pensa que a pouco e pouco essa questão vai sendo resolvida. “Acho que esses números tendem a ser cada vez mais equilibrados. Valoriza-se cada vez mais a qualidade e a competência independentemente do género. No entanto, penso que o facto de muitas mulheres não enveredarem por cargos de chefia ou maior responsabilidade se prende com a falta de disponibilidade que advém da conciliação entre a vida profissional, familiar e pessoal. Mas cabe às mulheres também mudar isso”, diz.
Nos tempos livres Diva Cobra gosta de ler, ouvir música e de correr. Não é apreciadora de touradas.

“Ainda quero ver uma mulher como presidente de um dos grandes clubes de futebol”

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