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“Se numa selecção é perguntado a uma mulher se pensa ter filhos isso é discriminação”
Filipa Martinho

“Se numa selecção é perguntado a uma mulher se pensa ter filhos isso é discriminação”

Filipa Martinho - Delegada da Administração do ISLA Santarém. Considera-se uma líder, não só por ser determinada, persistente e auto-confiante mas porque já deu provas suficientes para lhe ser confiada a liderança de uma instituição de ensino como o ISLA Santarém.

Filipa Martinho é Mestre em Psicologia e Pós-Graduada em Gestão, Doutoranda em gestão e Delegada da Administração do Isla Santarém. Considera-se uma líder e diz que o facto de estar à frente da escola é fruto de vários anos de dedicação e trabalho. Gosta de planear os seus dias e gosta sobretudo de não se afastar daquilo que planeou.
O facto de ser uma mulher realizada e cujas competências e qualidades são reconhecidas não a faz esquecer que essa não é a regra. “Infelizmente, considero que ainda não existe igualdade entre homens e mulheres. Por exemplo, é visível em coisas básicas como a forma como as mulheres são discriminadas no recrutamento e selecção para as empresas quando são feitas questões do tipo: ‘Pensa ter filhos?’. Deste modo acho que ainda há um grande trabalho a fazer na mudança de mentalidades”, defende.
Determinada, persistente e auto-confiante, qualidades que considera fundamentais para conseguir ser líder, Filipa Martinho considera que é a personalidade de cada um que acaba por influênciar as suas escolhas e o seu percurso de vida embora também seja fundamental a educação que se recebe.
A delegada da administração do ISLA Santarém diz que o facto de haver poucas mulheres em cargos políticos importantes tem a ver com a forma como são vistas pela sociedade em geral. “(...) As mulheres ainda não são vistas socialmente com capacidades para cargos de poder político, fruto da forte discriminação que ainda existe na sociedade portuguesa”, diz.
Embora cada mulher e cada homem sejam únicos, arrisca dizer que, de um modo geral, os homens têm tendência a ser mais racionais e as mulheres mais criativas, organizadas e versáteis.
Quando recebe “mimos e atenções” parte do princípio que isso é sinónimo de consideração e reconhecimento, pois a capacidade de trabalho deve ser avaliada independentemente do género.
Em casa defende que deve existir alguém que lidere as actividades/tarefas e que as mesmas devem ser executadas por todos mas não dá muita importância à percentagem de trabalho realizada por cada um dos elementos da família. “Penso que não podemos falar em percentagem, mas sim em tipos de actividades que são tendencialmente realizadas por mim enquanto mulher”, explica.
Gosta de ler, ouvir música e viajar. Os seus escritores preferidos são José Rodrigues dos Santos “numa vertente de ficção, permite-nos, com as suas obras, sair um pouco da realidade do dia-a-dia” e Daniel Sampaio. “Numa vertente profissional, como psicóloga de formação, considero que é um profissional de reconhecido mérito no nosso país”, realça. Na área da música destaca U2, Bryan Adams, Ana Carolina e Ana Moura, embora oiça outros géneros musicais de acordo com o seu estado de espírito no momento..

“Se numa selecção é perguntado a uma mulher se pensa ter filhos isso é discriminação”

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