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Lampreias testam passagem de peixes em Abrantes mas uma já foi apanhada na Azinhaga
TECNOLOGIA. Lampreias largadas no Tejo foram equipadas com transmissores.

Lampreias testam passagem de peixes em Abrantes mas uma já foi apanhada na Azinhaga

Pescador surpreendido com lampreia equipada com apetrechos electrónicos. Estudo encomendado pela Câmara de Abrantes ao MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente pretende avaliar a funcionalidade da escada passa-peixes açude insuflável no Tejo em Abrantes e saber se as espécies conseguem subir o rio.

Vinte lampreias equipadas com transmissores estão a servir de teste para a monitorização da escada passa-peixes (dispositivo de passagem para peixes) instalada no rio Tejo junto ao alude insuflável e, Abrantes, no âmbito da “Avaliação da Transponibilidade do Açude Insuflável de Abrantes à Migração Piscícola”. No entanto, o efectivo já sofreu baixas pois uma das lampreias viria a ser capturada nessa mesma segunda-feira, 20 de Março, na zona de Azinhaga, concelho da Golegã (ver video em www.omirante.pt). O pescador Fernando Domingos comprometeu-se a devolver o equipamento acoplado à lampreia assim que vendesse o exemplar, que poderá chegar aos 35 euros.
Bernardo Quintella, investigador do MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, explica que as lampreias “têm uma capacidade nadatória inferior às outras espécies” pelo que, se as lampreias ultrapassarem o açude de Abrantes neste período de desova, as outras espécies também o conseguirão fazer.
“É esse estudo que estamos a fazer através do acompanhamento das 20 lampreias”, disse aquele responsável, após ter colocado um dispositivo numa das lampreias, que seria depois libertada nessa segunda-feira a cerca de um quilómetro a jusante do açude de Abrantes.
Depois de marcadas com um transmissor externo implantado na barbatana dorsal, o trabalho encomendado pela Câmara de Abrantes ao MARE vai permitir “estudar o comportamento do animal na proximidade do açude”, e na própria escada-peixe actualmente existente, e “aferir da sua capacidade de atractividade para os peixes irem para lá e subirem o rio através daquela passagem”, situada numa das extremidades do açude.
A presidente da Câmara de Abrantes, por sua vez, disse que o trabalho encomendado ao MARE “resulta da necessidade de avaliar a transponibilidade do açude insuflável” de Abrantes à migração piscícola, “de modo a não obstaculizar a dinâmica das espécies piscícolas migratórias que necessitam de se deslocar para zonas de montante, no rio Tejo, para efeitos de reprodução”, e é “a forma de assegurar as condições plenas para o ecossistema funcionar”.
Segundo Maria do Céu Albuquerque, o objectivo é “instalar no açude um sistema de monitorização da passagem de peixes”, equipamento que, observou, “é uma das condições para a autarquia terminar o processo de licenciamento do açude” insuflável, inaugurado em 2006 no rio Tejo.
“Quando o açude foi feito não havia essa possibilidade, não havia ainda no mercado e hoje já é possível implementar esse sistema” [de monitorização das espécies], afirmou, acrescentando que os resultados do estudo em curso devem ser conhecidos em Maio ou Junho.

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