Moradores de Valhelhas querem transferência de central de camionagem
Alguns cidadãos foram à reunião pública da Câmara de Torres Novas manifestar insatisfação com a circulação de camiões na aldeia e pedem mudança das instalações para uma zona industrial.
Os moradores de Valhelhas, freguesia de Olaia, Torres Novas, estão descontentes com o crescimento do terminal de camiões de longo curso existente “no centro da aldeia”, o que levou uma comissão de moradores à reunião pública de câmara, no dia 14 de Março, para exigir que as instalações sejam transferidas para uma zona industrial.
A comissão garantiu que a circulação de camiões na aldeia tem motivado o estacionamento abusivo de veículos ligeiros dos motoristas junto de edifícios, encerrando caminhos e dificultando a circulação dos habitantes. Os moradores queixam-se ainda da poluição sonora e do ambiente causada pela circulação dos veículos pesados que também “degrada o património histórico” nomeadamente “causando fissuras nas paredes da Igreja”.
Os moradores não compreendem a razão do funcionamento de uma infraestrutura daquela natureza no meio de um aglomerado populacional. E como um dos problemas reside nas viaturas ligeiras estacionadas pelos camionistas quando vão para as viagens de longo curso, um dos moradores sugeriu na reunião de câmara que se crie uma área de estacionamento para os residentes. A comissão questionou ainda o executivo sobre a renovação do alvará da empresa.
Perante tal questão, o vice-presidente, Luís Silva (PS), afirmou não haver “processos de licenciamento a decorrer”. Adiantou que a empresa comprou um terreno na zona industrial, para o qual transferiu parte do parqueamento, admitindo, no entanto, não ter “presente o actual ponto de situação”.
Já o vereador do PSD, Henrique Reis, sublinhando que “a câmara municipal não pode dizer que não conhece um processo que se arrasta”, sugeriu que fosse solicitada uma “intervenção com carácter de urgência junto da GNR”.
Por seu lado, Filipa Rodrigues, vereadora da CDU, entende ser necessário “dar um sinal político de que a câmara municipal quer solucionar” a situação. Em Setembro de 2014 “um munícipe veio a reunião de câmara dar sinais do problema. Temos um problema de ordenamento de território que deve ser resolvido em sede de revisão de PDM (Plano Director Municipal)”, considerou.
Esta posição foi de imediato contrariada por Luís Dias negando ser um problema de PDM. “Não é uma questão de urbanismo mas de fiscalização”, referiu.
A vereadora Helena Pinto (BE) interveio no mesmo sentido da vereadora da CDU afirmando que o problema “não é novo” e neste momento a empresa não terá alvará actualizado.
Entretanto, o presidente, Pedro Ferreira, sugere “reunir com a comissão de moradores e com a empresa” no sentido de “tentar que a mudança total seja concretizada”. Nesse sentido foi agendada uma visita ao local.