O município de Vila Franca de Xira admite vir a avançar com uma acção administrativa que lhe permita ficar na posse das antigas casas dos trabalhadores das Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA) de Alverca, que são propriedade da empresa pública Empordef.
Em causa está o estado de abandono e degradação das moradias, que apesar de terem sido emparedadas continuam a ser um foco de insalubridade no centro da cidade de Alverca. A hipótese foi avançada pelo presidente do município, Alberto Mesquita (PS), na última reunião pública de câmara. “O problema daquelas vivendas só se resolverá com uma acção administrativa ou se as adquirirmos. A empresa que é dona daqueles edifícios não tem cuidado correctamente do património”, lamentou o autarca.
Alberto Mesquita informou também que está em curso um processo de contencioso com a empresa do Estado, derivado de um alegado pagamento em falta para com o município de 50 mil euros, da obra de requalificação do rio Crós-Cós. “O que estava em cima da mesa era a hipótese da câmara em vez de receber os 50 mil euros receber uma das vivendas mas a escritura ainda não avançou”, explicou.
O autarca respondia aos vereadores da oposição e também ao presidente da junta, que lamentou o estado em que se encontram aquelas habitações. O presidente do município admitiu que é preciso “arranjar uma solução o mais depressa possível” mas lembrou que, no futuro, a recuperação daquelas habitações será muito onerosa para os cofres públicos. “Parece-me que teremos sempre de pensar primeiro muito bem o que queremos para aquela zona nobre da cidade”, concluiu.
O MIRANTE tentou contactar a Empordef sobre este assunto mas não conseguiu obter qualquer resposta até à data de fecho desta edição.
As antigas casas das OGMA ficam situadas entre a Rua da Estação e a Rua Joaquim Sabino Faria.