Unidades móveis de saúde de Rio Maior com mais de 700 utentes em 2016
Projecto desenvolvido entre o município e o Centro de Saúde tem cada vez mais procura, sobretudo entre a população idosa. Autarquia diz que serviço é para manter, apesar dos custos e de não estar dentro da sua esfera de competências.
A procura dos serviços das unidades móveis de saúde do concelho de Rio Maior tem crescido acentuadamente nos últimos anos. Em 2016 foram visitados 724 utentes, na sua maioria pessoas idosas que carecem de cuidados continuados no domicílio. Em 2015 tinham-se registado 628 utentes, 535 em 2014, 488 em 2013, 349 em 2012 e 287 em 2011. Ou seja, a tendência de crescimento só não se verificou do primeiro para o segundo ano de funcionamento, já que em 2010 foram acompanhadas 438 pessoas.
O projecto das unidades móveis de saúde, pioneiro nesta região, começou a funcionar em 2010 numa cooperação entre o município liderado por Isaura Morais e a Unidade de Cuidados na Comunidade do Centro de Saúde (UCC) de Rio Maior. É considerado uma mais valia pelas entidades que tutelam o sector da saúde, permitindo a administração de cuidados integrados a pessoas acamadas ou com mobilidade reduzida. As viaturas são do município, que também garante condutores, manutenção, combustível e seguros. As equipas de saúde pertencem ao Centro de Saúde de Rio Maior.
A presidente da câmara revelou alguns desses números na última reunião do executivo, sublinhando a importância desse investimento junto da população mais debilitada, garantindo que é um projecto para continuar, independentemente de representar custos para o município na ordem dos 28 mil euros anuais. “É um serviço que não estando dentro das nossas competências considero que é da nossa responsabilidade”, afirmou Isaura Morais sublinhando que a tutela reconhece a importância desse projecto.
Segundo o relatório de avaliação desse serviço, relativo a 2016, os utentes a quem foram prestados cuidados são na sua maioria idosos, 611 com idade superior a 65 anos. E 100 deles tinham idades iguais ou superiores a 90 anos. Durante o ano passado, 313 utentes estavam acamados e totalmente dependentes de ajuda de terceiros para a realização de todas as actividades de vida diária. Entre as principais patologias dos utentes atendidos nos últimos 3 anos sobressai o aumento de patologias associadas ao sistema nervoso/demência, das doenças cardiovasculares como o AVC, as fracturas e casos do foro oncológico.
“Em jeito de conclusão, e olhando para os últimos anos em que as unidades móveis de saúde colaboraram na concretização das visitas domiciliárias da UCC, considera-se fundamental esta articulação com a Câmara Municipal de Rio Maior pois desta forma garante-se uma maior acessibilidade dos utentes idosos e/ou dependentes do concelho a estes cuidados de saúde”, lê-se no relatório.
Equipa multidisciplinar garante os cuidados
Os cuidados garantidos pelas equipas das unidades móveis de saúde são de cariz curativo, mas também preventivo, de reabilitação, de acompanhamento, acções paliativas, apoio, ensino e vigilância. A prestação é garantida por uma equipa de enfermagem, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicóloga, assistentes operacionais e assistente técnica. A equipa recebe ainda a colaboração de uma técnica de Serviço Social.