Afastada a ideia de comprar condomínio abandonado em Vila Franca de Xira
Município chegou a equacionar aglutinar serviços na Bella Guarda mas a ideia foi descartada. Esqueleto daquele que ia ser um condomínio de luxo na cidade é propriedade de um banco que o quis vender à autarquia.
O município de Vila Franca de Xira descartou o interesse em adquirir o que era para ser o condomínio de luxo Bella Guarda, projecto que ficou abandonado naquela cidade ia a construção a meio.
Alberto Mesquita (PS), presidente do município, falou do assunto depois de ter sido questionado sobre as formas de reduzir ou até mesmo acabar com os casos de insalubridade ali existentes – além da degradação do local, o mesmo é ocupado por vários sem-abrigo. O autarca garante que já teve várias reuniões com o banco que é proprietário do espaço mas nunca conseguiu que estes tomassem medidas para reduzir a insalubridade do local. “A única coisa que querem é que nós fiquemos donos daquilo. Fazemos as reuniões e eles propõem-nos a compra. Mas isso de comprar tudo o que está abandonado na cidade não é solução. Só devemos comprar o que for necessário em termos estratégicos”, frisou o autarca.
Os sem-abrigo que fazem da Bella Guarda a sua casa estão identificados pelos serviços sociais da câmara e em alguns casos já foi encontrado trabalho para alguns dos habitantes do espaço. “Mas apesar do que já tem sido feito temos de continuar a encontrar soluções porque não é uma questão fácil de se resolver”, lamentou o autarca.
A degradação da Bella Guarda é um problema antigo que afecta também os moradores da vizinha rua António Lúcio Baptista, que já por várias vezes se queixaram da insalubridade do espaço e do vandalismo que por vezes ali acontece. O condomínio foi notícia em 2013 quando a câmara municipal equacionou adquirir o espaço e concentrar todos os seus serviços no local. Mas essa ideia, garante a autarquia, está praticamente afastada.
O edifício, propriedade do Montepio, esteve em leilão por duas vezes por quase cinco milhões de euros mas não apareceram compradores. O prédio tem uma área residencial de cinco mil metros quadrados e é composto por 75 habitações, 74 arrecadações e 151 estacionamentos em cave. O projecto previa a construção de piscina, mini-golf, zonas verdes e um parque infantil, que não chegaram a ser feitos. A construção da Bella Guarda foi deixada a meio devido à falência das Construções Ramalho Couto SA há quase sete anos.