Envolvimento na dinamização do turismo do Alentejo e Ribatejo é cada vez maior
Prémio Especial para classificação da Falcoaria como Património da Humanidade
O presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, Ceia da Silva, era um homem imensamente feliz na cerimónia de entrega dos prémios de turismo relativos a 2016. Depois de ter conseguido classificar o Cante Alentejano e a Arte do Fabrico dos Chocalhos como Património Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco, viu o mesmo reconhecimento ser dado à Falcoaria de Salvaterra de Magos.
O Município de Salvaterra de Magos recebeu um Prémio Especial da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo (ERTAR) pela candidatura da Falcoaria Real que desde Dezembro de 2016 é Património Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco.
Este foi um dos vários prémios que a ERTAR atribuiu na cerimónia que este ano decorreu, no domingo, 7 de Maio, no auditório do Centro Cultural Fialho de Almeida, na vila alentejana de Cuba.
O concelho de Salvaterra de Magos foi distinguido com mais três prémios: “Melhor Alojamento Local” (Casas do Falcoeiro); “Melhor Animação Turística” (Passeios de barco no Tejo – Promartur); e “Melhor Projecto Público” (Falcoaria Real).
O presidente da câmara municipal, Hélder Esménio (PS), era um homem feliz. “Sabia que íamos ser premiados mas não estava a contar com tantas distinções. A aposta do concelho, desde que o actual executivo tomou posse, em 2013, tem sido em dinamizar o turismo e temos tentado construir um produto de modo a que as pessoas visitem Salvaterra de Magos. Ainda temos um longo trabalho pela frente mas acredito que estamos no bom caminho”, afirmou.
O presidente da ERTAR, António Ceia da Silva, explicou no seu discurso inicial que a escolha da vila de Cuba no Alentejo para a realização da cerimónia se destinou a mostrar que os bons destinos turísticos não são só os centros urbanos e que todas as localidades são importantes e fazem parte do grande ‘puzzle’ que é o turismo.
“Um destino turístico não é constituído apenas por uma entidade mas sim por muita gente. Os autarcas e empresários desta região têm tido um papel fundamental no crescimento do turismo no Alentejo e Ribatejo. Com a entrega destes prémios queremos agradecer a quem, durante o ano, contribui para a dinâmica da nossa região”, referiu Ceia da Silva.
A Câmara de Santarém foi distinguida com o prémio “Melhor Evento” atribuído ao projecto “Santarém in...Verão é um espanto”. O vereador Luís Farinha, que recebeu o prémio, referiu a particularidade do evento que envolve diversos agentes culturais. Nuno Domingos, mentor do projecto, também subiu ao palco para explicar que o projecto é um sucesso porque envolve centenas de pessoas de Santarém e dos concelhos vizinhos.
Também a iniciativa “Sabores do Toiro Bravo”, da responsabilidade da Câmara Municipal de Coruche, foi distinguida com uma Menção Honrosa na categoria “Melhor Gastronomia”. “Receber esta distinção é um grande orgulho porque simboliza o baixo Ribatejo e o toiro bravo é um símbolo de Coruche e uma identidade que temos há séculos. Esta distinção significa que o toiro é um símbolo gastronómico”, afirmou a vereadora da Câmara de Coruche, Célia Ramalho.
Na categoria “Melhor tecnologia e comunicação”, o sítio online de Turismo da Câmara de Rio Maior foi distinguido com uma Menção Honrosa. “O site da Câmara de Rio Maior é a nossa porta de entrada e pretendemos promover e divulgar o nosso território. Esse é o objectivo do nosso site”, disse Isaura Morais, presidente do município.
O presidente da Câmara Municipal de Mora, Luís Matos, quando subiu ao palco para agradecer pela distinção aos dez anos do Fluviário de Mora, realçou que não se pode estar a contar com cunhas para que o desenvolvimento turístico chegue à região. “Se não forem os alentejanos a fazerem pelo Alentejo e os ribatejanos a fazerem pelo Ribatejo ninguém faz por nós”, disse.
Este ano concorreram 138 projectos do Alentejo e 33 do Ribatejo, num total de 171 candidaturas, mais 53 que no ano passado.
Turistas encalhados na maré baixa
Um dos discursos dos premiados que mais se destacou foi o do empresário, proprietário das Casas do Falcoeiro, Carlos Carvalho, que comprou duas casas antigas em Salvaterra de Magos e as reconstruiu para o turismo. Arquitecto de profissão, animou a cerimónia com alguns episódios que contou ao longo da sua intervenção.
“Enquanto empresário discuti muito com o arquitecto, que também era eu, sobre as muitas decisões que foi preciso tomar durante a adaptação dos edifícios para turismo. Este prémio é o reconhecimento de que foi o arquitecto quem teve razão em quase todas as discussões com o empresário”, confessou entre risos.
Carlos Carvalho aproveitou a oportunidade para contar uma episódio que presenciou, que demonstra que ainda existem algumas coisas a fazer pelo turismo na região, nomeadamente ao nível do rio Tejo.
“Em Janeiro deste ano andava pela marina de Salvaterra de Magos, onde costumo ir com frequência, quando vi um veleiro novo na zona, que transportava um casal. Perguntei-lhes se precisavam de alguma coisa e fiquei a saber que eram belgas, que vêm de dois em dois meses a Portugal e que o barco tem amarração no cais de Vila Franca de Xira. Contaram-me que ficaram encalhados na marina de Salvaterra porque, devido à baixa-mar, tiveram que esperar pela preia-mar para seguirem viagem”.
E o empresário deixou um pedido. “Dr. Ceia da Silva, faça lá uma ‘pressãozinha’ junto do poder central para que se resolva este problema da navegabilidade no rio Tejo. Turistas temos. O problema é conseguirmos dar-lhes as condições que eles precisam para virem para cá desfrutar o sol, o rio e tudo o mais”.