PSD de Tomar “preocupado” com acordo eleitoral entre Independentes e PS
A semiótica ensinou-me a ler para além do que é escrito. A interpretar. A reacção do PSD de Tomar é um sinal de preocupação com aquilo que uma aliança entre o PS e os Independentes pode significar em termos de resultados eleitorais.
Nas autárquicas de 2013 o PSD perdeu para o PS por 281 votos. Teve 5198 contra 5479, elegendo apenas 2 vereadores contra 3 do PS. Os Independentes, que elegeram um vereador, tiveram 3094 votos.
Claro que estamos em 2017 e a correlação de forças actual é muito diferente mas é notório que o PS ganhou quando a presidente Anabela Freitas despachou o seu chefe de gabinete e ex-companheiro da câmara para fora e os Independentes estão a fazer uma leitura inteligente do que se está a passar. Para não correrem o risco de perder o único vereador que têm, caso o PS ganhe com maioria absoluta, uma vez que PSD e CDU podem manter os seus eleitores, optaram pela coligação.
Neste cenário as dificuldades do PSD vão ser maiores e daí a tentativa de desvalorizar o que se passou com as críticas ao acordo. A campanha eleitoral está a ser animada por aquelas bandas. Só é pena que, como é habitual, se passe tudo ao nível da politiquice em vez de se passar ao nível da política.
Álvaro Candeias