Uma papelaria no Carregado com 40 anos de existência
A Papelaria Raquel nasceu há 40 anos na Rua Pinto Barreiro, nº 50, no Carregado
A Papelaria Raquel no Carregado, concelho de Alenquer, já viveu momentos de fulgor comercial e de crises profundas mas manteve-se sempre de portas abertas. Hoje, passados 40 anos da sua abertura, a proprietária, Maria Raquel Vicente, de 79 anos, diz que não vai fechar porque considera que o estabelecimento continua a ter um papel importante para a população e porque é dos poucos de outras épocas que se manteve a funcionar.
Situada numa das ruas mais movimentadas do Carregado, o estabelecimento foi adquirido por Maria Raquel e pelo seu marido para vender motas. Entretanto, a proprietária decidiu começar a ocupar o espaço livre com outro negócio, colocando umas prateleiras com material escolar e brinquedos e assim nasceu a Papelaria Raquel.
A Papelaria Raquel vende um pouco de tudo, especialmente brinquedos, jornais e revistas, raspadinhas e livros e material escolar. Já vendeu tabaco, mas deixou de vender depois de ter sido alvo de dois assaltos.
Em relação aos jornais, Maria Raquel Vicente diz que com a generalização das edições online os jornais impressos perderam leitores. “As novas tecnologias permitem coisas boas mas acabam por ser prejudiciais para muitas coisas”, defende.
Quanto a O MIRANTE, a proprietária diz que é dos mais lidos e que isso se nota ainda mais quando publica notícias da localidade. A papelaria Raquel é um espaço onde as pessoas gostam de parar um pouco para conversar e para saber as novidades, aproveitando essa altura para lerem jornais e revistas que depois não compram. O hábito não é só dos clientes da papelaria do Carregado. Inúmeros donos de estabelecimentos do género referem o mesmo esquema.
A antiga permissão dos donos das bancas de jornais para que os clientes pudessem dar uma vista de olhos às publicações antes da sua compra, está a ser interpretada abusivamente pelos clientes actuais que agem como se os negócios particulares que sobrevivem à custa das vendas de jornais, tivessem passado a ser bibliotecas públicas.