O movimento Independentes por Tomar (IpT) vai apoiar a candidatura do Partido Socialista (PS), liderada por Anabela Freitas, à Câmara Municipal de Tomar nas próximas eleições autárquicas que se realizam a 1 de Outubro deste ano. A decisão foi comunicada no dia 23 de Maio, em conferência de imprensa que contou com a presença do vereador do IpT, Pedro Marques, e do líder da concelhia de Tomar do PS, Hugo Costa.
Pedro Marques, que durante boa parte deste mandato foi bastante crítico em relação à gestão PS/CDU no município, disse a O MIRANTE que o PS tem feito um bom trabalho desde 2015 – quando o ex-chefe de gabinete e ex-companheiro afectivo da presidente Anabela Freitas abandonou o cargo – e que as coisas têm sido diferentes desde essa altura.
“Há 12 anos decidimos avançar com uma lista independente porque entendíamos que era necessária uma intervenção diferente da que estava a ser feita pelos partidos políticos, nomeadamente o PSD. O programa que o PS tem cumprido tem sido o nosso programa eleitoral. O mais importante não são os cargos, é o concelho de Tomar e é nisso que estamos a pensar”, referiu Pedro Marques.
O autarca adiantou também que os eleitos dos Independentes por Tomar vão integrar as listas do PS. “Quem vai liderar o processo é Anabela Freitas mas nós estamos a trabalhar em conjunto. Os independentes não desapareceram, vão trabalhar em conjunto com o PS”, reforçou.
Questionado sobre se vai integrar as listas do PS às próximas eleições autárquicas, Pedro Marques optou por não responder deixando a dúvida no ar. O autarca confirmou, no entanto, que esta decisão de apoiar o PS não foi unânime no movimento. “Quem está contra esta decisão é um número reduzido”, disse. Quem já decidiu desvincular-se do grupo na Assembleia Municipal de Tomar foi o eleito Luís Francisco, por não concordar com a decisão do IpT.

PSD: “Independentes passaram a dependentes do Partido Socialista”
A reacção do PSD de Tomar não se fez esperar emitindo um comunicado no dia seguinte à conferência de imprensa de IpT e PS onde acusa os independentes de nunca terem tido um projecto para o concelho e que a aliança agora feita é a prova disso. “Há um ano os IpT assumiram concorrer às eleições autárquicas de 2017 dizendo ‘Esperamos que os cidadãos não se continuem a deixar enganar pelos partidos’. Constatamos agora que foram os Independentes por Tomar que realmente enganaram os cidadãos. De independentes passaram a dependentes do Partido Socialista depois de mais de uma década a professar as virtudes dos movimentos independentes e, mais recentemente, a criticar duramente a governação do PS. Recordamos expressões de Pedro Marques como ‘Anabela Freitas é tempo perdido’ ou ‘Mudança foi para pior’”, acusa a concelhia do PSD de Tomar em comunicado.
As críticas referem que o facto do IpT justificar esta “cambalhota” política com uma alteração no gabinete de apoio à presidência – a saída de Luís Ferreira da câmara municipal no início de 2016 – é “desviar a atenção do que realmente importa: a governação socialista do município de Tomar mantém-se inalterada desde 2013 (…)”. O PSD acrescenta que “a população não poderá compreender tamanha inversão de posição de um grupo que se dizia independente quando na verdade renega todos os princípios e valores que diziam defender durante anos, assim como o ‘vale tudo’ do Partido Socialista que tenta através de estratagemas políticos alcançar o resultado eleitoral que não conseguiu em quatro anos de governação autárquica”.