Antigas muralhas de Santarém a necessitar de cuidados
Há zonas em evidente risco de colapso e as ameaças vão-se sucedendo. Município diz que tem alertado a entidade responsável mas sem efeito.
O Estado não está a zelar, como lhe compete, pela estabilidade e conservação dos troços de muralhas de Santarém ainda existentes e dispersos pela cidade. A queixa foi feita na última reunião do executivo da Câmara de Santarém pelo presidente Ricardo Gonçalves (PSD) e pelo vereador Luís Farinha (PSD). Esse património pertence à Direcção Geral do Tesouro e Finanças, organismo do Ministério das Finanças, como sublinhou o presidente do município. E não tem sido por falta de avisos que essa entidade não actua, nomeadamente em zonas onde existe risco de ruína.
“Temos alertado tanto a Direcção Geral do Património Cultural como a Direcção Geral do Tesouro e Finanças com registos fotográficos das situações mais problemáticas”, declarou Ricardo Gonçalves, acrescentando que estão também a fazer um levantamento de todos os problemas - “um trabalho minucioso” - para posteriormente entregar à tutela. “Para lhes mostrar e alertá-los para a necessidade de cuidarem desse património”, disse ainda o autarca.
O assunto foi levantado pelo vereador Celso Braz (PS), que voltou a referir a existência de troços com brechas e a ameaçar ruína, designadamente junto à Travessa das Figueiras - situação que já tinha denunciado há algum tempo – e na Rua Pedro Canavarro, perguntando se existe algum plano de intervenção previsto.
Recorde-se que, no dia 5 de Maio, verificou-se um desprendimento de pedras do resto de muralha existente na movimentada Rua Pedro Canavarro, no centro histórico da cidade. Apesar do evidente risco, o local não se encontra isolado e o perímetro de segurança colocado pela protecção civil depressa desapareceu. O que levou o vereador Luís Farinha a dizer que tem havido o cuidado de sinalizar essa área mas alguém retira os avisos.
Durante o debate do tema, o presidente Ricardo Gonçalves disse ainda que o município escalabitano está disponível para cooperar em possíveis intervenções, mas não se pode substituir à entidade proprietária desse património.