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“Minoria de activistas tenta passar ideia de que é socialmente condenável apoiar a tauromaquia”

O administrador da Rodoviária do Tejo, Orlando Ferreira, acredita que as touradas vão existir sempre porque há pessoas aficionadas que apreciam o “garbo” do espectáculo mas alerta para a pressão que uma minoria de activistas anti-touradas está a fazer nos media e nas redes sociais e que faz com que muitas pessoas não têm coragem de assumir que gostam daquele espectáculo para não serem afrontadas.
“Até as televisões excluíram as corridas de toiros da programação, pressionadas pelo loby anti- tourada e foi feita passar a mensagem de que não é politicamente correcto apoiar esta tradição”, diz.
Quanto a ele o principal problema para a diminuição do público da tauromaquia reside aí e não no preço dos bilhetes. “Os preços são aceitáveis se considerarmos que um aficionado médio assiste a três ou quatro touradas por ano. Além disso, quando os cartéis são de qualidade as pessoas não discutem o preço dos bilhetes”.
A opinião do boicote às corridas de touros é partilhada por Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da direcção da Confederação dos Agricultores de Portugal, que não tem papas na língua. “As coisas culturais não podem ser deitadas abaixo por força de minorias bacocas”, declara.
O engenheiro agrónomo defende que “ a tourada é uma arte plástica” e diz que aprecia particularmente a força de carácter dos forcados e o trabalho dos ‘ganaderos’ (criadores de toiros de lide).
Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara de Abrantes, disse que as toiradas são uma tradição tão enraizada na cultura portuguesa que dificilmente alguém conseguirá acabar com elas. “O gosto pela tauromaquia não é unânime mas deve respeitar-se a tradição e o gosto de cada um”, defende.
A autarca considera que os preços dos bilhetes são um pouco elevados mas que não será isso que fará abanar uma tradição com “um enorme peso social, cultural e económico”.
Tiago Leite, director da Segurança Social de Santarém, assume o gosto pelas corridas de toiros e defende que aquela “arte” tem de ser reanimada. “O público jovem tem de ser chamado às corridas para sentir aquele espectáculo como um repositório de valores, nomeadamente de hierarquia saudável e respeitada, camaradagem e espírito de equipa. No Ribatejo a tauromaquia está no sangue das pessoas”, defende.
Os forcados e as pegas são o que mais fascina Tiago Leite. “É um frente a frente entre homem e animal e o trabalho de equipa é fundamental”, sublinha. Uma indicação segura de que a cultura da festa brava está de pedra e cal é a constatação da adesão da juventude às picarias que se realizam na Feira Nacional da Agricultura e nas festas das aldeias de toda a região, diz o presidente da Câmara Municipal de Santarém, Ricardo Gonçalves.
“A festa brava não vai perder-se mas é preciso apostar nas figuras do toureio e reduzir o tempo das touradas. Na minha opinião basta serem lidados quatro toiros desde que os toureiros sejam de qualidade para que o espectáculo seja atractivo”, defende.
Ricardo Gonçalves aprecia todo o espectáculo mas defende que os forcados são as verdadeiras figuras da tourada e sublinha o orgulho que sente no Grupo de Forcados de Santarém. “É algo que sinto desde criança quando ia com o meu avô às touradas”, recorda. A juntar a isso faz questão de revelar que o seu cunhado, Nuno Teixeira é forcado no Grupo de Forcados Amadores da Chamusca, um dos grupos que actuou na corrida de O MIRANTE.
António Campos, presidente do conselho executivo da NERSANT, também acredita que a tradição das toiradas vai continuar porque faz parte da cultura portuguesa, tem peso económico e social e atrai muitos jovens.

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