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“Rituais de Bravura” é um livro para se aprender a gostar de forcados e toiros

“Rituais de Bravura” é um livro para se aprender a gostar de forcados e toiros

Obra celebra os 85 anos do grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira

“Este livro é mais para as pessoas que não gostam de forcados e toiros do que para as que gostam”, resumiu Nuno Moura, autor da obra “Rituais de Bravura”, apresentada na tarde de quinta-feira, 29 de Junho, véspera do arranque da 85ª edição do Colete Encarnado.
A sessão de apresentação do livro decorreu no espaço no antigo restaurante “Redondel”, na Praça de Toiros Palha Blanco, em Vila Franca de Xira, local que o presidente da câmara, Alberto Mesquita, considerou “muitíssimo simbólico” e que quer que passe a ser usado para mais tertúlias, colóquios e eventos ligados à tauromaquia.
Nuno Moura é o fotógrafo das imagens a preto e branco que preenchem as páginas do livro e já venceu em Vila Franca de Xira o prémio da Bienal de Fotografia. Começou a fotografar o grupo de forcados, encabeçado por Ricardo Castelo, há perto de oito anos, nas várias vezes em que veio à cidade acompanhado de amigos, colegas de profissão e curiosos do mundo da tauromaquia, e deixou uma memória que o marcou: “Uma vez vim acompanhado de um casal de cirurgiões plásticos brasileiros. Ele tinha imensa curiosidade pela festa brava e ela vinha com um daqueles ódios que se ganham por arrasto, que também são frequentes na sociedade portuguesa. Passámos o dia em Vila Franca de Xira, assistimos a uma corrida e no fim a cirurgiã disse-me: ‘Provavelmente não voltarei a nenhuma corrida de toiros mas também nunca mais direi mal da tauromaquia’”.
Este exemplo ajudou o autor a alimentar a ideia na base da obra: eliminar o preconceito de quem não vive esta arte. “Há uma franja de pessoas com ideias feitas e é preciso que nós, que amamos a nossa cultura, tenhamos a capacidade de mostrar como as coisas são realmente para que elas deixem de ter esse preconceito”.
O cabo Ricardo Castelo concorda: “Nós os forcados vivemos muito para dentro o que passamos na festa e acho que este livro nos dá uma dimensão superior e atingimos outros públicos. É importante termos a noção de que temos de defender a festa brava de maneiras diferentes e uma delas é a deste livro”.

Críticas a quem esbanja ódio nas redes sociais
Os textos que acompanham as fotografias são da autoria da escritora espanhola Maria José, que também esteve na sessão. Quem também marcou presença foi Elísio Summavielle, director do Centro Cultural de Belém, admirador de Vila Franca de Xira e das suas tradições, que aproveitou para tecer críticas a quem esbanja ódio nas redes sociais. “Acontece alguma coisa e os jornais e as redes sociais querem logo punir e matar sem sequer saberem o que se passou. Mas o combate mais eficaz que se pode fazer a este movimento primário antitaurino é pela cultura”, disse.
“O grupo de forcados é o embaixador da cidade e do concelho de Vila Franca de Xira e este livro narra os ambientes e emoções que estes homens vivem. Conseguimos conhecer um pouco o que está para lá de uma simples pega numa praça de touros. Felicito por isso o autor por nos ajudar a preservar e conhecer um pouco melhor o património tauromáquico, tão forte e enraizado nas nossas gentes”, elogiou Alberto Mesquita.
A obra foi financiada pela câmara municipal e Alberto Mesquita acredita que será “uma forma de fortalecer as nossas tradições, muitas vezes mal compreendidas”.

“Rituais de Bravura” é um livro para se aprender a gostar de forcados e toiros

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