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Vereaneante Manuel Serra d’Aire

Estamos a assistir a um novo paradigma nestes tempos de pré-campanha para as eleições autárquicas. Geralmente é nesta altura que os partidos entram em ebulição e em que os vários pretendentes a integrarem as listas nos lugares de topo começam a mexer cordelinhos e a mover influências para tentarem ser os escolhidos. Essas movimentações nem sempre são muito dignificantes mas confesso que me diverte ver os irmãos de armas à traulitada e a dizerem uns dos outros o que Maomé não diz do toucinho.
Só que nestas últimas semanas surgiu um fenómeno novo: candidatos anunciados já há um par de meses que, de repente, decidiram desistir da corrida. Foi assim com o candidato do CDS-PP em Benavente. Foi assim com o candidato do PSD em Abrantes. Em ambos os casos, motivos profissionais falaram mais alto. O que me leva a concluir que, quando decidiram ser candidatos, os interessados não teriam nada de mais interessante para fazer; e, por outro lado, é também um sinal de que o mercado de trabalho está novamente a mexer.
E, já agora, porque um bocadinho de má língua também não faz mal a ninguém, passar o Verão em campanha eleitoral, no circuito do porco no espeto e dos beijos e abraços nos mercados não é propriamente o retrato exacto de um bocado bem passado. Pelos vistos ainda há quem tenha bom gosto e sobreponha o lazer e a qualidade de vida às ambições políticas. Os meus parabéns por isso!
Parece que o Papa Francisco escreveu uma carta ao presidente da Câmara de Ourém a agradecer a hospitalidade, na sequência da visita feita a Fátima no último 13 de Maio. O conteúdo foi divulgado pela própria autarquia mas parece-me que há ali um manifesto equívoco ou uma excessiva modéstia por parte do Sumo Pontífice. Em primeiro lugar porque quem lhe deu comida e dormida nesses dias foi o Santuário de Fátima que, se calhar, nem um obrigado levou. Em segundo lugar, porque quem devia agradecer penhoradamente à Virgem Maria e a todos os santinhos era o autarca socialista Paulo Fonseca, a quem saiu a sorte grande. Basta recordar que, graças à visita do chefe da Igreja Católica, Paulo Fonseca ganhou umas massas valentes para realizar obras em Fátima e arredores em vésperas de mais umas eleições autárquicas. E ainda lhe agradecem por cima!!
A polémica dos touros de fogo em Benavente colocou a vila no mapa das notícias e das redes sociais durante um par de dias - o tempo que habitualmente as polémicas levam a esgotar-se, porque logo a seguir aparece outra, outra e outra... Seja como for, considero que aquela coisa de colocar archotes ou artefactos pirotécnicos nos cornos de um toiro é de uma enorme insensibilidade. Os archotes remetem para a idade das trevas, quando não havia electricidade nem Internet nem Salvador Sobral, e os artefactos pirotécnicos são para as festas de aniversário ou para as claques de futebol. Se gostam de cornos de toiros luminosos coloquem lá aquelas lampadazinhas pisca-pisca com que se enfeitam as árvores de Natal, que não escaldam ninguém, são vistosas e provavelmente até merecem o acordo dos defensores dos animais. Mas para mim, e que me desculpem os mais sensíveis e os mais aficionados, touro e fogo só devem cruzar-se no churrasco...
Saudações
taurino-gastronómicas do
Serafim das Neves

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