No verso de uma das folhas da carta enviada ao jornal está escrito o nome Regina Maria Godinho Nunes. A carta, manuscrita, colocada dentro de um postal com uma foto do padrão do Jardim João de Deus na Chamusca, é assinada com Regina Stucki.
Há um antes e um depois. Uma vida de emigração entre os dois nomes. Regina partiu para a Suíça mas volta sempre e quer um dia voltar para sempre. Este ano foi mais um em que voltou para revisitar a terra que deixou. Antes de partir deixou palavras, quadras, poesia, testemunho memórias e saudades.
“Na casa das bifanas com os meus conterrâneos na primeira fila nos sentamos a ver passar carros, carrinhas, camionetas, camiões e a por tudo em dia com uma bica em frente e um jornal.
O azul céu da Chamusca/ O calor do sol ardente/ Nunca me vou esquecer/Do Ribatejo para sempre. Tua filha chamusquense/ Há muitos anos perdida/ Mas agora voltou/ para tu veres que ainda é viva. A ponte, tabernas e tascas/ Escola igrejas e Tejo/ Rua Direita Areal/ Curva da morte não há igual (...) Assim levo no coração/Minha Chamusca, meu Portugal”.
Regina Stucki