Estavam duas centenas de pessoas nas piscinas e ninguém deu pelo afogamento de Bruno Duarte
Bruno Duarte estava sentado na borda do tanque e suspeita-se que tenha tido ataque cardíaco. Pouco tempo antes de ter sido encontrado morto no fundo da piscina da Cimpor, em Alhandra, gerida pela Sociedade Euterpe Alhandrense, Bruno Duarte estava sentado no bordo da zona mais funda do tanque. Numa questão de minutos e sem chamar as atenções, o jovem de 21 anos deslizou da borda da piscina, onde estava sentado, para dentro de água. A namorada do jovem, que estava no local na altura, explicou à polícia que este não sabia nadar muito bem.
Bruno Duarte tinha 21 anos, era residente na Quinta do Mocho, em Sacavém, e foi a sepultar na manhã de 19 de Agosto. A morte ocorreu a 14 de Agosto (ver noticia da edição nº 1312 de O MIRANTE). “Segundo o que se apurou, ele não deu nas vistas durante o afogamento. Normalmente quando alguém se está a afogar ou está aflita chama por ajuda, chapinha na água ou tenta alertar as outras pessoasmas ninguém se apercebeu de nada”, explicou fonte da PSP. A causa mais provável da morte terá sido um ataque cardíaco que o fez cair dentro de água mas aguarda-se ainda os resultados da autópsia.
Quem deu o alerta de que estava um jovem no fundo do tanque foi uma jovem que também estava sentada na borda da piscina. Ao avistar o corpo chamou por ajuda. Os três nadadores-salvadores de serviço na piscina tentaram salvar o jovem com várias manobras de reanimação conforme contaram a O MIRANTE no local alguns dias depois do inicidente. João Esteves foi buscá-lo dentro de água e começou a fazer manobras de reanimação, juntamente com Rui Afonso, durante cerca de 15 minutos, enquanto David Inácio ligou para o número de emergência 112. As manobras de reanimação só pararam quando chegou o socorro. A médica da Viatura Médica de Emergência e Reanimação mandou parar as tentativas de reanimação porque já não havia nada a fazer.
A primeira chamada deu-se às 17h06, a segunda às 17h15. No local também se encontrava um elemento dos bombeiros de Alhandra que ajudou nas tentativas de reanimação. “Antes de o acidente acontecer estávamos os três (nadadores-salvadores) nas nossas funções habituais de vigia à piscina”, conta David Inácio, alertando que na altura em que a situação ocorreu estavam entre 150 a 200 pessoas nas piscinas, um número que em muitos dias chega a subir para os 300. David Inácio não se lembra, ao longo dos dois anos em que tem trabalhado nas piscinas da Cimpor, de outro caso desta gravidade.
Acorreram ao local o INEM, os bombeiros de Vila Franca de Xira e a PSP de Alhandra. “Só parámos as manobras de reanimação quando a médica do INEM nos disse para o fazer”, desabafou David Inácio.