Alunos de Medicina do Porto estiveram em Coruche em contacto com o país real
Estudantes dinamizaram diversas actividades junto da população no âmbito do projecto “Medicina Vai...”
O concelho de Coruche foi o escolhido para a sexta edição da iniciativa “Medicina Vai...”, que contou com a participação de 50 alunos da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, do 1º ao 6º ano, todos eles voluntários, que dinamizaram diversas actividades junto da comunidade. Para muitos destes estudantes foi o primeiro contacto com potenciais pacientes de várias gerações, desde a infância à terceira idade, e os futuros médicos conheceram uma realidade muito diferente daquela a que estão habituados.
“No Porto estamos habituados a uma realidade muito citadina e com muitos recursos. Ao conhecermos a realidade de locais como este percebemos as dificuldades no acesso à saúde que existem em Portugal”, explicou Marina Oliveira, aluna do 3º ano de Medicina, pertencente à comissão organizadora.
Os estudantes dividiram-se em quatro equipas e realizaram várias actividades, desde rastreios à dinamização de um Mini Hospital dos Pequeninos. A iniciativa chegou junto de creches, centros de dia, associações seniores e outras IPSS.
Houve um grande interesse da população pela iniciativa, com muitas pessoas a aproveitarem a oportunidade para tirar algumas dúvidas sobre questões de saúde. Desde crianças a idosos todos se mostraram satisfeitos com as actividades realizadas.
A população ficou principalmente satisfeita com as actividades porta-a-porta realizadas na Branca, Lamarosa e Rebocho, junto de pessoas que vivem nas zonas periféricas de Coruche, proporcionando-lhes uma oportunidade, muitas vezes rara, de monitorizarem a sua saúde.
Antónia Eusébio e Guilhermina Serrão, de 68 e 78 anos, respectivamente, deslocaram-se das suas casas, em Volta do Vale, até às Piscinas Municipais de Coruche, onde se realizaram rastreios no dia 7 de Setembro. Ambas aproveitaram a oportunidade para ver como andava a sua saúde, explica Guilhermina Serrão.
As crianças divertiram-se com as actividades que os voluntários realizaram no seu jardim de infância, desde o Mini Hospital até às lições de suporte básico de vida. Levaram os seus brinquedos ao médico e aprenderam o que fazer quando um amigo se magoa e até simularam chamadas de emergência.
Os alunos voluntários agradeceram a hospitalidade dos coruchenses. A grande maioria dos estudantes nunca tinha visitado o concelho. Mas depois de conhecerem a realidade garantem que “Coruche é o sítio ideal para realizar um projecto destes”, como afirma o estudante Daniel Guimarães, por ser um local bastante periférico. Quando o projecto estava a ser organizado contactaram a Câmara de Coruche e foi-lhes dito que este município tinha freguesias com graves problemas no acesso à saúde, havendo muitas famílias que se encontram isoladas.