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Caloiros da Universidade Católica andaram a apanhar batatas na Golegã
Diversão. Estudantes apanharam as batatas por uma causa solidária

Caloiros da Universidade Católica andaram a apanhar batatas na Golegã

Praxe solidária tem como beneficiários os bancos alimentares contra a fome da região. Muitos dos alunos nunca tinham participado em trabalhos agrícolas.

Praxe não rima com batatas mas na Universidade Católica Lisbon School of Business & Economics pôr os caloiros (alunos do 1º ano) a apanhar batatas já é uma tradição, que se cumpriu mais uma vez nos campos da Golegã, onde uma centena e meia de alunos trocaram os livros pela terra durante uma tarde e puseram mãos à obra. O objectivo é claro: conhecerem-se, fazerem novas amizades e bater o recorde da colheita do ano passado, apanhando batatas que não iam ser aproveitadas e acabariam no lixo.
Ainda não tinha começado a praxe e a animação já se fazia sentir entre os vários jovens que descontraidamente faziam um piquenique na vila da Golegã. “Atenção que lá não há casas-de-banho, por isso aproveitem agora. E não se esqueçam de colocar protector solar”, avisa João Bacalhau, um dos acompanhantes do grupo e que faz parte da associação de estudantes da instituição. “Isto é tudo malta que, na maioria, não sabe como é apanhar batatas. Temos de os alertar”, explica o jovem enquanto avança para uma das mesas onde os caloiros acabavam de almoçar.
Foi onde O MIRANTE encontrou Miguel Pereira. Natural de Abrantes, o aluno do 1.º ano de Gestão da Universidade Católica confessa que decidiu participar não só pelo objectivo solidário e conviver com os novos colegas mas também porque o seu irmão mais velho, estudante na mesma instituição, também participou e, já na altura, tinha gostado bastante.
“É porreiro estarmos aqui todos juntos a ajudar e ainda podermos conhecer os novos colegas que vieram, que são de vários pontos do país”, admite o jovem de 18 anos enquanto terminava o seu almoço antes da partida para a apanha. Esta não é a primeira vez que Miguel Pereira apanha batatas. “Todos os anos vou à casa dos meus avós que têm um terreno com vários cultivos e costumo ir lá ajudar a apanhar batatas”, revela o jovem abrantino, confessando que a maioria dos colegas não tem noção nenhuma de como é este trabalho. “Vai ser tudo uma novidade”, admite.

Estreia a apanhar batatas
A seu lado está Inês Neto, também natural de Abrantes. A jovem de 18 anos considera que este tipo de praxes é importante porque não só tem a parte da brincadeira, mas também tem a faceta solidária que não existe nas praxes tradicionais. “É uma oportunidade de conhecermos os outros colegas e também podermos ajudar quem precisa”, admite a aluna do 1.º ano de Gestão, revelando que é estreante nestas andanças. “O meu pai tem uma vinha e eu costumo ir lá ajudá-lo, mas apanhar batatas é a primeira vez, pelo menos não me lembro de fazê-lo. Espero que não seja difícil”, ri-se.
Chega o momento da partida para a ansiada apanha das batatas. Os jovens mais experientes partilham as suas experiências e organizam os grupos. Chegam os autocarros ao destino e, divididos por equipas, mas juntos por uma causa comum, começam a sua praxe.
Destacados com mais sacos cheios de batatas está a equipa da “abóbora” e foi nessa aí que falámos com Gonçalo Nobre. Natural de Santarém, o jovem de 18 anos está focado que a sua equipa seja a vencedora na hora de contar os sacos. “Esta é a praxe perfeita porque ajuda ao mesmo tempo que nos divertimos”, afirma o aluno do 1º ano de Economia, revelando que esta é uma experiência nova, mas que não custa nada, sobretudo se é para ajudar os que mais precisam. “Quando se trabalha em grupo tudo é mais fácil”, confessa.
E depois do esforço, o objectivo cumpriu-se. Os alunos apanharam mais de quatro toneladas de batatas. Muito mais do que as duas toneladas e meia do ano passado. O próximo destino das batatas é agora as mesas de quem pouco ou nada tem para comer.

Caloiros da Universidade Católica andaram a apanhar batatas na Golegã

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