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Onda de solidariedade não tirou da pobreza família com seis filhos

Onda de solidariedade não tirou da pobreza família com seis filhos

Em 2015 Maria Amélia Cardoso estava grávida de trigémeos e a comunidade mobilizou-se para ajudar. A situação de carestia mantém-se, sendo mitigada graças ao apoio de uma instituição de solidariedade social.

A onda de solidariedade de há dois anos foi importante mas o casal com seis filhos que vive na Quinta da Piedade, na União de Freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, Vila Franca de Xira, continua a viver na pobreza. Maria Amélia Cardoso, 36 anos, natural da Guiné-Bissau, está desempregada e o marido Carlos Cardoso trabalha como pedreiro no Porto e é o único sustento da família. A assistente social Leonor Ferreira, da Associação Popular de Apoio à Criança (APAC), que acompanha o caso, garante que se não fosse a instituição a fornecer as refeições diárias gratuitamente as seis crianças e a mãe estariam a passar fome.
Maria Amélia Cardoso está praticamente sozinha com os filhos uma vez que o marido só algumas vezes consegue ir a casa. Amélia não consegue arranjar trabalho porque não tem onde deixar os filhos mais novos, os trigémeos que têm um ano e sete meses. Já chegou a trabalhar como auxiliar de cozinha no Hospital de Vila Franca de Xira e nas limpezas de condomínios. Quando a licença de maternidade acabou, em Junho do ano passado, a mãe não tinha condições para continuar a trabalhar e teve de abandonar o emprego. O antigo patrão não lhe concedeu a carta para o desemprego, pelo que está desde essa altura sem qualquer fonte de rendimentos.
A família é acompanhada pela Associação Popular de Apoio à Criança (APAC), através da assistente social Leonor Ferreira. De 15 em 15 dias, Amélia vai ao gabinete dela mantê-la a par da sua situação e da família e recebe oito refeições diárias dadas pela APAC, sem as quais Leonor afirma que a família passaria fome. Em 2015, quando Amélia ainda estava grávida dos trigémeos, Leonor organizou uma campanha de solidariedade a nível nacional, “que teve uma óptima adesão”, para recolher fraldas, roupas e bens alimentares para a família Cardoso.
“Foi muito bom o que chegou. Tudo o que vier é sempre bem vindo, porque precisamos muito, mas o que a APAC tem dado já é uma boa ajuda”, conta Amélia, que já inscreveu os trigémeos Adinilson, Aedécio e Leofátima na creche da APAC e está à espera que abram vagas para eles.
“O nosso maior problema é que precisamos que abram três vagas, não apenas uma. Mas estamos a ver se conseguimos receber os meninos já este ano lectivo, mesmo que não seja já em Setembro, porque há sempre pais que vão desistindo das vagas e pode ser que elas abram para os trigémeos”, esclarece Leonor Ferreira.

Três filhos mais velhos estão todos a estudar

A filha mais velha do casal, Mariazinha, tem 15 anos e vai entrar este ano para o 9º ano. A segunda filha do casal, Elsiana, oito anos, e o terceiro filho, Joedson, de cinco anos, também estudam, tal como a irmã mais velha, em escolas do Agrupamento da Póvoa de Santa Iria. Mariazinha é uma ajuda preciosa para a mãe, acompanhando-a nas consultas médicas dos irmãos e ajudando-a a manter a casa em ordem. A família veio para Portugal há seis anos, depois de o pai ter vindo para Portugal e ter arranjado trabalho. Quando teve de se mudar para o Porto, Amélia continuou a viver com as crianças na Quinta da Piedade.

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