Há dois meses que aparecem peixes mortos em Alhandra
Situação tem preocupado não apenas os moradores como também os pescadores e quem utiliza o rio para actividades náuticas de lazer e competição.
Há quase dois meses que as marés no rio Tejo estão a trazer peixes mortos para a margem da vila piscatória de Alhandra, concelho de Vila Franca de Xira. Um problema ambiental que tem preocupado a população e também as autoridades que já estão a investigar o caso.
Vários peixes foram recolhidos nas últimas semanas para análise e
O MIRANTE sabe que o processo já está nas mãos do SEPNA – Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR e que já terá sido dado conhecimento à Agência Portuguesa do Ambiente e Direcção Regional de Agricultura.
As causas não são conhecidas. A mortandade tanto pode ter sido causada por um foco de poluição, no concelho ou mais acima no rio, como o resultado de um processo de eutrofização (redução de oxigénio na água provocado pela proliferação de algas e bactérias), desencadeado pelo calor. Em qualquer dos casos o cenário é desolador.
“Há dias, com as marés, dava para ver uma longa linha de peixes mortos a flutuar no meio do rio. Foram parar à outra margem, na lezíria”, refere a O MIRANTE Fernando Fonseca, morador. Diz quem ali vive que a melhor hora para ver o cenário de desolação é na maré vazia. “São às centenas”, asseguram vários moradores.
Quem também tem visto com apreensão o problema é Rui Câncio, treinador da secção náutica do Alhandra Sporting Club, associação que utiliza o rio para actividades de lazer, competição e formação de atletas. “Há mais de dois meses que têm aparecido peixes mortos e isto é triste, fala-se que pode ter sido uma consequência dos incêndios mas ninguém sabe, estamos a ver se alguém consegue perceber o que se passa”, explica.
Também a comunidade avieira vê com apreensão o que se está a passar. “Se for poluição nada nos garante que os peixes que ainda conseguimos pescar estão em condições de poderem ser consumidos”, refere Pedro Almeida, pescador.