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Luta dos antigos combatentes é agora por mais apoio social e na saúde

Luta dos antigos combatentes é agora por mais apoio social e na saúde

Vila Franca de Xira foi considerada um exemplo na preservação da memória. O núcleo de Vila Franca de Xira da Liga dos Combatentes assinalou os seus 88 anos de existência. Evocaram-se os mortos, criticou-se a falta de apoios e destacou-se o papel do município e da imprensa regional na preservação da memória dos que lutaram pela pátria.

Ainda há um “caminho profundo” por percorrer no país no que diz respeito à solidariedade para com os antigos combatentes. A ideia foi defendida por Joaquim Rodrigues, presidente da Liga dos Combatentes, que na manhã de sábado, 9 de Setembro, foi um dos convidados do 88º aniversário do núcleo de Vila Franca de Xira. “Ainda nos batemos pela dignidade, saúde e apoio social dos que lutaram pela pátria. Fecharam-nos todas as portas. Estes homens envelhecem e adoecem sem que lhes seja reconhecido o devido valor. Batemo-nos para que possam cair com dignidade”, criticou o responsável.
Joaquim Rodrigues salientou o “excelente exemplo” de Vila Franca de Xira na preservação da memória dos combatentes e também da imprensa regional. “Pena é que os órgãos nacionais não lhes sigam o exemplo”, criticou. Várias dezenas de pessoas juntaram-se em redor do monumento de homenagem aos combatentes, no largo 5 de Outubro, onde durante 15 minutos o trânsito foi cortado para que se honrassem os que caíram em combate.
“Independentemente das interpretações políticas, sempre marchámos orgulhosos por Portugal e todos vestimos as mesmas fardas”, vincou o presidente da Liga, que lamentou também que só quando começarem a rarear os combatentes do Ultramar é que estes serão classificados como heróis. “A história acabará por ser reescrita”, notou.
O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), também ele um ex-combatente nas campanhas de Angola e Moçambique, confessou o “profundo desejo” de conseguir trasladar os corpos dos soldados que ainda se encontram naqueles territórios. “Uma guerra é sempre um conflito injusto. Fomos uma geração que teve de conviver com isto, não tivemos escolha, não temos de ter nenhum problema de consciência nisto, cumprimos o nosso dever mas ao mesmo tempo também houve casos em que ajudámos muita gente. Vale a pena lutar e dizer às gerações futuras que devem ter orgulho dos seus combatentes”, recordou.
Perante algumas queixas da Liga sobre a localização do monumento ao combatente – em frente ao cemitério, preso entre duas faixas de trânsito – Mesquita diz que sempre se tratou de um espaço “provisório” e que o próximo presidente de câmara terá de tratar no âmbito da mais vasta e projectada requalificação de todo o largo.
A sessão marcou também a entrega de diplomas de compromisso de honra a novos associados e a condecoração de combatentes com a medalha comemorativa das campanhas das forças armadas portuguesas: Carlos Libâneo (Angola 61/63), António Francisco (Angola 66/68), Manuel Prazeres (Angola 68/70), Manuel Vale (Moçambique 68/78), Carlos Gonçalves (Guiné 69/71), Matias Feio (Guiné 69/71), João Cacilhas (Angola 71/73) e Mário Santos (Angola 73/75).

Luta dos antigos combatentes é agora por mais apoio social e na saúde

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