Populações ribeirinhas manifestaram-se na capital contra poluição no Tejo
Cerca de trezentas pessoas exigiram em Lisboa que sejam tomadas, “de uma vez por todas e de forma imediata”, medidas para conter o problema.
Cerca de trezentas pessoas manifestaram-se no sábado, 14 de Outubro, em Lisboa para protestar contra a poluição no rio Tejo e exigir que sejam tomadas medidas para conter o problema. “Manifestamo-nos para exigir que de uma vez por todas e de forma imediata sejam tomadas medidas”, disse aos jornalistas o porta-voz do Movimento pelo Tejo - PROTEJO, Paulo Constantino, durante a manifestação “em defesa do Tejo”, que decorreu entre o Cais do Sodré e o Terreiro do Paço.
Entre as medidas que devem ser tomadas de imediato estão a realização de mais fiscalizações, a identificação dos poluidores de “forma inequívoca e a revisão das licenças”, além da “necessidade de revisão e suspensão das licenças de descargas de efluentes de algumas empresas que são os agentes poluidores do rio Tejo”, adiantou Paulo Constantino.
“Não podemos continuar a assistir a milhares de peixes mortos no rio Tejo, queremos que os ecossistemas aquáticos sejam preservados e que as águas do rio Tejo estejam em bom estado ecológico”, sustentou.
Paulo Constantino explicou que o protesto decorreu em Lisboa com o objectivo de mostrar aos lisboetas os problemas que existem no rio Tejo, que tem falta de água e está poluído, e exigir ao poder político que tome medidas imediatas para conter esta situação.
Durante o percurso os manifestantes, sobretudo provenientes das comunidades ribeirinhas dos distritos de Santarém, Castelo Branco, Portalegre e Lisboa, gritaram palavras de ordem como “Lisboa, Lisboa poluição não, devolvam o Tejo à população”, “A impunidade não é solução, devolvam o Tejo à população” e “Menos palavras e mais acção, devolvam o Tejo à população”, e exibiram vários cartazes.
“Poluição Não”, “Marcelo, vai um mergulho”, “Onde está a Agência Portuguesa do Ambiente?”, “Por um Tejo vivo não à poluição”, “Basta de poluição” e “Salvem o rio Tejo” foram alguns dos cartazes presentes no protesto, que contou também com associações ambientalistas e deputados do BE e do PSD.
“A situação no Tejo tem vindo a piorar de ano para ano. O rio Tejo tem diversos problemas, começando desde a sua entrada em Portugal que chega com caudais baixíssimos, já com cargas poluentes elevadíssimas, descargas poluentes por empresas, pesca ilegal e agricultura intensiva”, disse Nuno Sequeira, da direcção da associação Quercus.
Por sua vez Francisco Ferreira, da associação ambientalista Zero, disse que “é fundamental tomar medidas”, sendo “a área mais importante a fiscalização”. Sublinhou que há legislação que não está a ser cumprida, que não se consegue ter qualidade balnear no Tejo e não existe um acompanhamento contínuo das “muitas descargas ilegais”.