O que eles querem é blá-blá-blá
Vivi parte da minha vida num tempo em que palavra e honra andavam associadas. Agora é muito raro haver pessoas de palavra e pessoas de honra. Já não anda meio mundo para enganar outro meio mundo mas anda para aí noventa por cento do mundo a tentar enganar seja quem for.
A possibilidade de reclamarmos de alguma empresa ou instituição tem vindo a ser limitada a telefonemas. Mesmo nas raras vezes em que ainda nos é dada a possibilidade de apresentar qualquer assunto por escrito, normalmente por e-mail, não nos respondem pelo mesmo meio mas através de telefonemas para ficarmos apenas pelo blá-blá-blá. Ainda por cima para nos responderem gozam com a gente porque dizem que só falam desde que aceitemos que a chamada seja gravada, não nos autorizando a gravar também a mesma chamada nem sabendo à partida que a gravação que fizéssemos nunca seria válida.
Como cidadão quero que o Estado acabe com a Instituto de Defesa do Consumidor, se não acabou já com ele, ou com qualquer outro organismo que o tenha substituído. Esses serviços, tal como muitos outros pagos com o dinheiro dos nossos impostos, não nos ajudam e apenas parecem existir para dar emprego às pessoas que lá estão.
Maria Augusta Lopes Nogueira