Reunião do PS de Santarém com trocas de mimos e críticas à liderança
José Miguel Noras propôs a Rui Barreiro, candidato derrotado à câmara, que assinasse uma carta de demissão, que este rasgou perante os militantes. Eleições internas devem ser em Janeiro e os dois adversários de longa data estão na corrida.
Na reunião da concelhia de Santarém do PS, realizada na noite de segunda-feira, 16 de Outubro, ouviram-se duras críticas lançadas pelo já anunciado candidato à liderança dessa estrutura partidária, José Miguel Noras, ao candidato derrotado do PS à Câmara de Santarém, Rui Barreiro, que lidera também o partido no concelho.
Ao que O MIRANTE apurou, Noras defendeu a saída de Rui Barreiro e chegou mesmo a entregar-lhe uma carta de demissão para assinar, que este acabou por rasgar à frente dos militantes presentes. Barreiro rejeita demitir-se na sequência dos resultados eleitorais, em que o PSD recuperou a maioria absoluta no município, e já admitiu publicamente a intenção de ser candidato às eleições internas que devem realizar-se em Janeiro de 2018.
Segundo soubemos, a noite foi recheada de episódios caricatos e de trocas de mimos, com Noras particularmente incisivo nas críticas a Barreiro, um adversário interno de longa data que foi seu vereador e que, em 2002, lhe sucedeu na presidência da Câmara de Santarém. Noras disse que a actual concelhia de Santarém do PS “faz lembrar os maridos enganados pelas esposas, alheados da realidade e que nunca sabem o que se passa”, acusando Rui Barreiro de ter “derretido” em três anos a concelhia socialista que neste momento terá poucas dezenas de militantes com as quotas pagas e em condições de votar para os órgãos internos.
José Miguel Noras excluiu também qualquer intenção de voltar a ser candidato à Câmara de Santarém e disse que consigo como presidente da concelhia do PS nenhum dos anteriores cabeças de lista à câmara voltarão a ser candidatos - ou seja, Rui Barreiro, Idália Serrão e António Carmo. Manifestou ainda a sua disponibilidade para ser cabeça de lista à assembleia municipal daqui a quatro anos, caso o seu projecto político seja validado pelos militantes, conforme acredita.