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Divisão do distrito tolheu o desenvolvimento da região
Da esquerda para a direita: Tiago Leite, Maria do Céu Albuquerque, Isaura Morais e Pedro Ribeiro

Divisão do distrito tolheu o desenvolvimento da região

Médio Tejo integra a região Centro para efeitos de acesso a fundos comunitários, enquanto a Lezíria do Tejo está no Alentejo. Solução não agrada aos presidentes das duas comunidades intermunicipais, que preferiam ter o distrito de Santarém integrado numa só região e a falar a uma só voz.

A divisão do distrito de Santarém por duas regiões (Centro e Alentejo) para efeitos de acesso a fundos comunitários, processada há uma dúzia de anos, permitiu resolver um problema urgente mas retirou capacidade de afirmação e não proporcionou o desenvolvimento a este território como um todo. A ideia foi defendida pelos presidentes das comunidades intermunicipais do Médio Tejo, Maria do Céu Albuquerque (PS), e da Lezíria do Tejo, Pedro Ribeiro (PS), durante o Encontro Supraconcelhio das Plataformas da Lezíria e do Médio Tejo, que decorreu no dia 9 de Novembro, no Cine-Teatro de Rio Maior, onde defenderam um novo modelo de organização territorial.
“O distrito de Santarém é o único território no país a sofrer deste problema de ter os vários concelhos da região separados. A zona do Médio Tejo tem acesso a fundos comunitários através da região Centro e a zona da Lezíria do Tejo acede a fundos comunitários através do Alentejo. Esta solução resolveu o problema de acesso a fundos comunitários mas não resolveu a parte do desenvolvimento da região”, disse Maria do Céu Albuquerque, que é também presidente da Câmara de Abrantes.
A autarca considera “fundamental que tenhamos a capacidade de nos organizar, enquanto território, de outra maneira para podermos evoluir a todos os níveis. Precisamos de trabalhar com a região do Médio Tejo e da Lezíria do Tejo, e também com a zona Oeste, para ganharmos escala suficiente”.
Pedro Ribeiro foi mais longe e voltou a defender a regionalização, justificando que só assim o distrito pode evoluir e desenvolver-se a vários níveis. “Existe um conjunto de áreas em que há sempre problemas porque falta sempre a autorização de alguém, o parecer de alguém. Isto resolve-se de forma simples, criando regiões. Os cargos e as estruturas já estão criadas. Só falta legitimidade política para avançar com a regionalização, o que seria muito mais benéfico para os cidadãos. Há que criar condições para haver articulação entre os vários poderes e haver alguém que mande e que decida, porque quando existem dez a decidir não costuma funcionar”, afirmou o presidente da CIMLT, que é também presidente da Câmara de Almeirim.

Coesão social na Rede Social da região

O seminário realizado no cine-teatro de Rio Maior teve como principal objectivo analisar a Rede Social inserida nos trabalhos das Plataformas Supraconcelhias da Lezíria e do Médio Tejo. Durante o dia foi feita uma reflexão por técnicos e dirigentes das várias instituições da região, e também outras de fora, que se dedicam ao apoio e desenvolvimento social. O director distrital da Segurança Social de Santarém fez um balanço “muito” positivo considerando que, apesar da divisão territorial, existe muita coesão social na região. Rio Maior foi o local escolhido para a realização deste colóquio uma vez que a Rede Local deste concelho está a comemorar 15 anos de actividade.

“Há muitas IPSS com graves dificuldades financeiras”

Maria do Céu Albuquerque e Pedro Ribeiro concordam que as redes sociais evoluíram muito pelo facto de serem, maioritariamente, presididas por autarcas. Ambos defendem que as lideranças fazem a diferença e a presidente da Câmara de Abrantes referiu que os autarcas têm uma perspectiva melhor do desenvolvimento do território e a capacidade para ser o elo agregador de vontades. A também presidente da CIMT alertou para o problema que existe actualmente no distrito de Santarém de muitas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) que passam por momentos de grandes dificuldades financeiras.
O director distrital da Segurança Social, Tiago Leite, referiu que no início, quando arrancou o projecto da Rede Social - que em Rio Maior está a assinalar 15 anos – era tudo mais complicado pois cada um queria “continuar a ser o dono da sua quinta”. “Hoje já estamos num patamar diferente, onde a sabemos que o mais importante é partilhar com os outros aquilo que sabemos e aprender, também com os outros, o que queremos saber para melhorarmos o nosso trabalhar. Deixar de duplicar respostas foi um caminho fundamental para o momento em que estamos agora”, considerou.
Quem também esteve presente no colóquio foi a presidente do município de Rio Maior, Isaura Morais, que deu as boas-vindas a todos os participantes e elogiou aqueles que ao longo dos últimos 15 anos têm dado de si pelo trabalho feito na rede social, no seu concelho e na região. “Muitas vezes vamos além das nossas competências mas sempre com o objectivo de ajudar as pessoas que mais necessitam. A sociedade inclusiva é aquela que estimula a integração de todos”, concluiu.

Divisão do distrito tolheu o desenvolvimento da região

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