Trabalhos urgentes impedem males maiores no centro de Alverca
Em causa está a construção de um edifício para residências assistidas em que, durante os trabalhos, as vibrações e remoção de terras começaram a gerar deslizamentos dos logradouros dos prédios vizinhos. Câmara garante que casas afectadas por obra estão seguras.
Depois de várias exigências da Câmara de Vila Franca de Xira foram autorizadas obras de urgência para conter os muros dos prédios em redor de um pátio onde está a ser construído um edifício para residências assistidas no centro de Alverca, na Rua José António Carmo.
Os trabalhos iniciais da construção – entretanto embargada - originaram deslizamentos de terras que colocavam em risco os logradouros das habitações vizinhas. “Exigimos e já permitimos obras de contenção dos muros e esse trabalho foi feito. O perigo dos muros ou logradouros ruirem já não se coloca”, afiançou na última semana o presidente do executivo, Alberto Mesquita (PS), que continua a manifestar-se desagradado com a situação. Em particular com o facto de estar à porta mais um Inverno e de todo o pátio estar com os buracos e fundações do edifício por concluir.
“O caso seguiu para a justiça e apresentámos queixa por desobediência. O processo está a seguir os seus trâmites. O projecto de alterações para a obra já deu entrada mas ainda faltam elementos que não nos foram entregues. Espero que logo que esses documentos dêem entrada o processo se possa desenvolver”, refere o autarca.
Confrontada com queixas dos moradores, a Câmara de Vila Franca de Xira enviou, no final de 2016, a fiscalização ao local que confirmou que os trabalhos não estavam a decorrer conforme projectado – sobretudo no que dizia respeito à construção adicional de um piso na cave - e para não colocar os prédios vizinhos mais em risco foi ordenado o embargo da obra.
A decisão municipal não terá sido acatada, o que levou o município a avançar na justiça contra o dono da obra. Na última reunião de câmara o assunto voltou a ser abordado por Nuno Libório, da CDU, que reconheceu o mérito social do projecto mas alertou para a necessidade de ser salvaguardada a envolvente dos trabalhos. “Há uma diferença entre o que foi aprovado e o que foi construído. Além de se encontrar ilegal, está com caves e subcaves que geravam instabilidade nos quintais vizinhos. Vamos para o segundo Inverno naquelas condições e nada evoluiu”, lamentou.
O MIRANTE voltou a tentar contactar a dona da obra para obter mais esclarecimentos sobre este caso mas sem sucesso.