Euterpe Alhandrense há 155 anos a inovar nas artes e no desporto
No aniversário da mais antiga colectividade do concelho de Vila Franca de Xira foram distinguidos os sócios que atingiram os 25 e 50 anos de filiação, entre eles outras colectividades da zona. A cooperação com outras associações é um dos pontos de honra da Euterpe.
Há 155 anos que a Sociedade Euterpe Alhandrense inova na música, na dança, no teatro, no desporto e no contacto com as outras associações do concelho de Vila Franca de Xira, no qual tem a honra de ser a associação mais antiga. Foi com a banda filarmónica, que já existe desde a fundação, que começaram as comemorações do aniversário, ao princípio da manhã de sexta-feira, feriado de 1 de Dezembro. O desfile e actuação da banda prolongaram-se por toda a manhã, passando por pontos de referência na freguesia como a sede da junta de freguesia, pela Misericórdia, pelo cemitério, para uma homenagem aos que já partiram, e ainda a Associação de Promoção Social de Alhandra, entre outras colectividades.
O cumprimento serviu para mostrar aquilo que o presidente da Euterpe, Jorge Zacarias, defendeu no discurso em que felicitou a instituição: “Estamos disponíveis, como sempre estivemos, para cooperar com todas as associações da freguesia, do concelho e mesmo a nível nacional”.
Outra forma de o demonstrar foi através da entrega das medalhas de sócios de 25 e 50 anos, não só a sócios particulares como também a outras colectividades que se fizeram sócias da Euterpe, como é o caso do Ateneu Artístico Vilafranquense. “Como vêem não há qualquer rivalidade entre as nossas casas, não passam de rumores”, defendeu Jorge Zacarias, enquanto entregava a medalha e abraçava o presidente da direcção do Ateneu, José Luís Ferreira.
Apesar de várias ausências por parte dos sócios na hora de receberem as medalhas, a sessão solene, que decorreu da parte da tarde, ficou marcada pelo orgulho e pela exaltação do percurso que a Euterpe cumpriu para se tornar uma referência no concelho e fora dele a nível desportivo e cultural. Jorge Zacarias defendeu ainda, já emocionado, que a Euterpe não é um lugar só de resultados numéricos mas sim “um lugar de formação de jovens num caminho que os leva no fim a poderem dizer que tiveram orgulho de ser alunos da casa”.
O campo musical, onde tem a sua génese e a sua musa, ficou em destaque com a actuação do Grupo Coral e da Banda Sinfónica, à qual se juntaram para um solo de saxofone o músico Elmano Coelho e ainda na gaita-de-foles o músico Gonçalo Marques, lisboeta que veio a convite do maestro Armindo Pereira Luís actuar com a banda.
Tributo a Zé Pedro dos Xutos
O final foi um momento emotivo em que os elementos mais jovens da banda pediram um tributo aos Xutos e Pontapés, em memória do guitarrista Zé Pedro, que faleceu no dia 30 de Novembro. Foi tocado um medley dos temas mais populares da banda de rock portuguesa, adaptados para orquestra sinfónica, e no final o público, que encheu o auditório da Euterpe, ergueu-se numa ovação conjunta.