Águas de Santarém focada na redução das perdas de água
Aprovado orçamento da empresa municipal que prevê substituição de seis quiómetros de condutas. Tarifário da água continua igual em 2018 e o de saneamento sobe 35%. Quanto à seca, administradora diz que não há o risco da água faltar nas torneiras.
Depois de ter feito investimentos avultados nos últimos anos na rede de saneamento básico do concelho, a empresa municipal Águas de Santarém centra agora as atenções na remodelação da rede pública de abastecimento de água, com a intenção declarada de reduzir para baixo dos 30 por cento (%) as perdas, que actualmente rondam os 32,7%. Mas já estiveram acima dos 40%, como recordou a administradora da Águas de Santarém, Teresa Ferreira, durante a última reunião de câmara, onde foi aprovado o orçamento da empresa, com votos a favor da maioria PSD e votos contra do PS.
A Águas de Santarém tem em orçamento para 2018 um montante de 1,365 milhões de euros para substituir cerca de seis quilómetros de condutas, reabilitação de reservatórios e uma nova captação em Vaqueiros. A empresa vai ainda substituir três mil contadores, visando reduzir o valor da água não facturada.
No que toca ao saneamento básico, a Águas de Santarém admite a necessidade de optimizar os novos equipamentos construídos nos últimos anos, sobretudo nas freguesias rurais, através da ligação de novos clientes à rede. Nesse sentido, vai continuar com as campanhas de divulgação do serviço e de sensibilização, bem como com as fiscalizações para detectar situações fraudulentas. Será também mantida a política de renovação e substituição dos equipamentos mais obsoletos.
Não há risco de faltar água nas torneiras
Teresa Ferreira referiu ainda que não há risco de falta de água nas captações do município, que estão em níveis “próximos do normal”. Das 40 captações activas, só duas têm merecido mais atenção nesse capítulo. “Não há razões para alarme”, disse a administradora em resposta a questões colocadas pelo vereador José Augusto Santos (PS). Isso não invalida que a empresa não continue a investir em campanhas de sensibilização sobre o uso eficiente da água.
Antes, o vereador José Augusto Santos tinha manifestado alguma preocupação quanto ao volume actual de perdas de água e também por não ver incentivos à redução do consumo. Perguntou ainda se a empresa tem algum plano para suprir eventuais perdas de água e defendeu que se tem que pensar também na eficiência hídrica, nomeadamente com o reaproveitamento de águas. Este último, um assunto a que a Águas de Santarém também tem dado atenção, tendo já pronto um projecto para reaproveitamento de água tratada na ETAR de Santarém.
Tarifário da água mantém-se e saneamento sobe
A Águas de Santarém vai manter o tarifário da água para 2018, enquanto o tarifário referente ao saneamento básico vai sofrer uma actualização de 3,5%, cumprindo recomendação da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos. A empresa prevê um volume de negócios para 2018 na ordem dos 8,3 milhões de euros.
“Estes aumentos não terão significado muito expressivo nas facturas a pagar pelos consumidores, prevendo-se aumentos inferiores a 25 cêntimos para clientes domésticos com consumo médio de 12 metros cúbicos (m3)”, referiu Teresa Ferreira.
Para clientes domésticos, no escalão de consumo entre 0-5 m3 a factura mensal de água é de 0,4457 euros por metro cúbico. No escalão 6-15 m3, cada metro cúbico fica a 0,8296 euros. No escalão 16-25m3/ 30 o cliente paga 1,6281 euros por m3. Nos consumos acima de 25 m3 mensais, cada metro cúbico de água fica a 2,1967 euros. Os consumidores não domésticos pagam 1,6281 euros/m3 e as autarquias pagam 1,4654 euros/m3.