Dinheiro para comprar cadeira de rodas a Fernando Ferreira deve chegar em breve
Segurança Social comparticipa totalidade do equipamento. Reforço orçamental por parte do Governo acelerou processo do engenheiro agrário que vive em Almeirim e sofre de esclerose múltipla desde os 19 anos.
O dinheiro para comprar a cadeira de rodas prescrita pela médica de Fernando Ferreira, que sofre de esclerose múltipla desde os 19 anos, vai estar na sua conta bancária ainda durante o mês de Dezembro. A garantia foi dada a
O MIRANTE pelo director distrital da Segurança Social de Santarém. Tiago Leite explicou que houve um reforço orçamental por parte do Governo de modo a que todos os processos que estivessem em condições de ser aprovados o fossem ainda este ano.
“Já enviamos o Termo de Aceitação da decisão de aprovação de apoio para o Fernando, que já assinou e já nos devolveu o documento. Os cerca de 34 mil euros para custear a cadeira de rodas vão estar na sua conta bancária nos próximos dias para que ele possa adquirir a cadeira de rodas que precisa”, esclareceu Tiago Leite.
Fernando Ferreira confessou a
O MIRANTE estar feliz mas só acredita quando vir o dinheiro na sua conta. “Conheço tantos casos de pessoas que estão à espera há mais de um ano que tenho alguma dificuldade em acreditar que o processo se vá desenrolar tão rapidamente”, admitiu o engenheiro agrário residente em Almeirim.
Até agora, Fernando já conseguiu angariar 23 toneladas de tampinhas e afirma que vai continuar com a campanha de angariação de tampinhas uma vez que precisa de uma cama, também prescrita pela médica e que custa cerca de seis mil euros. Além disso, como a nova cadeira de rodas é mais larga, Fernando vai ter que fazer obras em casa, sobretudo na casa-de-banho. “Vou continuar a campanha de tampinhas por mim e por outras pessoas que estão na mesma situação que eu”, disse. A próxima iniciativa de solidariedade realiza-se esta quinta-feira, 7 de Dezembro, em Almeirim.
Doença descoberta aos 19 anos
Fernando Ferreira descobriu aos 19 anos que sofria de esclerose múltipla. Foi durante os exames que teve que fazer para ingressar na Academia Militar – que entretanto optou por não seguir – que os médicos detectaram “qualquer coisa” a nível cerebral e aconselharam-no a procurar um especialista. Nessa altura, Fernando, natural do Bombarral, ingressou na Escola Superior Agrária de Santarém.
“No primeiro ano do curso comecei com sintomas mais graves. Tive o primeiro surto durante o sono, comecei com choques eléctricos pelo corpo todo, como se fosse epilepsia, e caí para o chão. Por sorte, a minha família estava comigo e socorreram-me. Estes surtos repetiram-se algumas vezes. Fiz vários exames, até que me mandaram para o Hospital Egas Moniz e com mais exames disseram-me que provavelmente eu teria esclerose múltipla”, contou a O MIRANTE.
Fernando, de 37 anos, conta que receber aquele diagnóstico foi muito violento. Entrou em fase de negação da doença e confessa que ainda hoje não a aceita. Quem nunca o abandonou nessa luta foi a sua esposa, Rita, que conheceu Fernando no início da vida universitária. Têm dois filhos, o Pedro, de sete anos, e a Rita, de dois anos.