Investimento nas urgências do Hospital de Abrantes causa reacções azedas em Tomar
Vereadores do PSD dizem que o anúncio das obras em Abrantes pelo Governo indica que o Hospital de Tomar vai continuar a ter apenas uma urgência básica. PS de Tomar também exige reabertura da urgência médico-cirúrgica nessa cidade.
Os vereadores do PSD na Câmara de Tomar reagiram ao anúncio de investimentos avultados no Hospital de Abrantes dizendo que “mais uma vez Abrantes vai crescer à custa de Tomar, com o reforço e ampliação dos serviços de Urgência Médico-Cirúrgica”. As obras nas urgências de Abrantes vão custar cerca de milhão e meio de euros e fazem parte de um pacote global de investimentos nas três unidades do Centro Hospitalar do Médio Tejo (Abrantes, Tomar e Torres Novas) num montante de 6,5 milhões de euros.
Em comunicado, os vereadores José Delgado, Célia Bonet e Luís Ramos consideram que o anúncio de obras nas Urgências de Abrantes, feito recentemente nessa cidade pelo secretário de Estado da Saúde, indica que o Hospital Nossa Senhora da Graça, em Tomar, não irá ter uma Urgência Médico-Cirúrgica, continuando a ter um Serviço de Urgência Básica “sem dimensão”.
“Os tomarenses vão continuar com o destino de rumar a Abrantes, em especial nas situações de maior urgência e de maior aflição, num vai-e-vem perfeitamente dispensável”, afirmam os autarcas do PSD, que defendem a reposição do serviço de Urgência Médico-Cirúrgica em Tomar. “Quando se retirou ao Hospital Nossa Senhora da Graça estes serviços considerados fundamentais, concentrando-os em Abrantes, agravaram-se as dificuldades de acesso aos cuidados hospitalares dos utentes do concelho de Tomar e de alguns dos concelhos mais próximos”, argumentam.
Os vereadores do PSD esperam que a posição do governo seja revista e que a Câmara e a Assembleia Municipal de Tomar unam esforços para alterar essa decisão. Anunciam também que vão apresentar uma recomendação na próxima reunião de câmara, propondo o envio de um oficio ao primeiro-ministro nesse sentido.
PS de Tomar ‘aperta’ com o Governo do seu partido
Dias depois, a comissão política concelhia do PS Tomar também tomou posição sobre o assunto e em comunicado “exige a reabertura da urgência médico-cirúrgica no Hospital de Tomar”, relembrando que a mesma “foi encerrada em 2012 com um município e governo liderados pelo PSD”. O PS de Tomar revela que vai apresentar uma moção sobre o assunto na próxima sessão da assembleia municipal.
“Voltamos a dar nota que a Assembleia da República aprovou nesta legislatura (com a abstenção do PSD) a reabertura da valência em Tomar num projecto de resolução onde o deputado tomarense Hugo Costa foi o primeiro subscritor”, afirma o PS Tomar, sublinhando que “o Governo é obrigado a cumprir as resoluções do Parlamento”.
Os socialistas sublinham ainda que nos últimos dois anos foi possível reabrir o internamento em medicina interna em Tomar (encerrado em 2012) e a aquisição do serviço TAC, que, dizem, “inverteram a tendência de encerramento de valências do nosso hospital”.