O amor andou no ar na noite de sábado, 17 de Fevereiro, no populoso bairro de São Domingos, em Santarém. A pretexto do Dia de São Valentim, celebrado três dias antes, ouviram-se serenatas junto a portas e janelas encomendadas por alguns apaixonados e que tinham como destinatárias as suas amadas. As cantigas de amor estiveram a cargo do Grupo de Serenatas da Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa através da iniciativa “Serenatas à Janela em São Domingos”, organizada pela Associação de Moradores de Residentes de São Domingos.
Cerca de três dezenas de moradores fizeram questão de acompanhar os cantores e músicos ao longo da noite fria, parando junto de catorze portas e janelas. Para além das serenatas encomendadas houve ainda várias paragens não planeadas para aquecer o coração das pessoas que se encontravam na rua com uma canção de amor.
Tiago Soares, 34 anos, pertence à Associação de Moradores de Residentes de São Domingos e foi ele quem surgiu com a ideia de fazer serenatas às janelas dos moradores do seu bairro. Enquanto membro do Grupo de Serenatas da Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa chegou à conclusão que este grupo seria perfeito para relembrar aos habitantes do seu bairro a importância de mimar aqueles que mais amamos.
Tiago Soares ficou surpreendido pela afluência à iniciativa, muito superior à que tinha imaginado. “Tivemos mesmo de fechar as inscrições no próprio dia em que as abrimos”, diz. Lamentou que não tenham aceitado todas as inscrições e garantiu que isso se deveu ao facto de a noite não ser suficientemente longa para chegar às casas de todos os interessados.
A Associação de Moradores de Residentes de São Domingos tem como objectivo principal defender os interesses da população residente no Bairro de São Domingos, trabalhando em conjunto com a junta de freguesia e a câmara municipal. Mas esta associação pretende também encher o bairro com actividades diferentes que reúnam toda a população. “Já temos uma série de actividades em mente que gostaríamos de realizar no nosso bairro”, conta Emília Leitão, a vice-presidente da associação.
A associação foi criada há cerca de vinte anos mas esteve algum tempo meio parada, voltando a ganhar fôlego há três anos. “As pessoas ainda quase não têm conhecimento da nossa existência”, afirma Emília Leitão, esperando que através desta iniciativa, e de outros pequenos eventos, a população de São Domingos se aproxime mais da associação. “Só assim podemos conhecer melhor os seus problemas e chegar junto de todos”, garante.