Não há consenso possível no PSD de Santarém
Presidente da câmara Ricardo Gonçalves não se revê na candidatura da sua ex-número dois à liderança da concelhia ‘laranja’ e diz esperar que surja uma lista disponível para colocar o PSD a trabalhar em prol de Santarém e não de interesses pessoais.
O presidente da Câmara de Santarém, o social-democrata Ricardo Gonçalves, não se revê na candidatura de Susana Pita Soares à liderança da comissão política concelhia do PSD de Santarém e disse a O MIRANTE esperar que apareça uma lista que possa “congregar vontades em prol de Santarém e que não exclua ninguém”.
Com essa posição do autarca fica claro que não haverá consensos e que o ambiente de clivagem no PSD escalabitano pode dar lugar ao aparecimento de três listas nas eleições que devem ocorrer dentro de cerca de mês e meio: a de Susana Pita Soares, até à data a única candidatura anunciada; uma lista ligada à actual concelhia, que é liderada por José Gandarez; e outra candidatura que agregue a facção próxima de Ricardo Gonçalves e alguns dissidentes da actual comissão política, como João Leite, que se demitiu da vice-presidência da concelhia.
Para já, Ricardo Gonçalves não confirma a sua disponibilidade para liderar uma candidatura mas é claro ao dizer que não se revê na candidatura de Susana Pita Soares, que foi vice-presidente da câmara no anterior mandato autárquico mas não integrou as escolhas do partido nas eleições autárquicas de Outubro de 2017. O autarca afirmou a O MIRANTE esperar que surja uma lista “que esteja disponível para colocar o PSD a trabalhar em prol de Santarém e não de interesses pessoais”, escusando-se a prestar mais declarações.
O MIRANTE contactou também João Leite que disse estar empenhado na construção de uma alternativa em que todos os militantes se sintam confortáveis e que garanta uma interacção positiva entre a concelhia do PSD e a Câmara de Santarém. O ex-líder concelhio e distrital da JSD descarta a possibilidade de ser candidato a líder concelhio do partido e lembra que neste momento está apenas anunciada uma “candidatura pessoal” que fala num “consenso que não existe”, sublinhando que se está a trabalhar numa solução mais abrangente.