Casa transformada em lixeira em Salvaterra de Magos continua sem intervenção
Município já pediu ao Ministério Público que tome medidas para que se possa intervir na habitação onde os inquilinos vão acumulando toda a sorte de lixo.
A Câmara de Salvaterra de Magos está preocupada com a inoperância do Ministério Público (MP) em relação ao caso da família que vive num bairro junto à EN 144-3, em Salvaterra de Magos, e que vai acumulando uma autêntica lixeira na sua casa. De tal forma que o presidente do município, Hélder Esménio (PS), já se reuniu com a delegada do MP para lhe explicar detalhadamente a situação e pedir para que sejam tomadas medidas.
“Ainda lhe disse que talvez fosse necessário recorrer aos meios de comunicação social para o MP agilizar o caso, o que a deixou bastante aborrecida”, adiantou o autarca em reunião de câmara. O problema, explica Hélder Esménio, é que a câmara não pode intervir na casa mesmo com a anuência do Centro Paroquial de Bem-Estar Social de Salvaterra de Magos, proprietário do imóvel, pois a família não autoriza. “Não podemos fazer mais do que isto”, admite o autarca dizendo “não entender como o MP e o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Lezíria têm os poderes que têm, reconhecem e acompanham a situação e não conseguem autorizar a entrada da câmara para limpar”.
A abordagem do assunto partiu do vereador Luís Gomes (Bloco de Esquerda) na última reunião camarária, pedindo ao presidente um ponto de situação sobre a reabilitação da habitação e a intervenção social junto da família. Para Luís Gomes, sendo um caso em que está em causa a saúde pública, a câmara deve intervir urgentemente. “A degradação da casa, a falta de limpeza e higiene, o convívio no mesmo espaço físico com vários tipos de animais, assim como a permanente violência verbal e gritaria preocupa todos os moradores e certamente nos deve preocupar”, disse o vereador.
Vizinhos queixam-se e dizem que é um caso de saúde pública
Recorde-se que O MIRANTE noticiou em 6 de Dezembro de 2017 que a situação estava a motivar queixas da vizinhança junto das autoridades, por entenderem que se está perante um caso de saúde pública. Referia-se ainda que em Julho do ano passado cerca de cem pessoas subscreveram um abaixo-assinado que enviaram para a Câmara de Salvaterra de Magos, onde pediam uma limpeza urgente à casa dessa família composta por mãe e filho.
Entretanto, o município solicitou a intervenção dos serviços de acção social no sentido de conseguir junto da família autorização para uma acção de limpeza e remeteu posteriormente um ofício ao Ministério Público (MP) pedindo autorização para realizar uma acção de limpeza nessa propriedade privada.
O Centro Paroquial de Bem-Estar Social de Salvaterra de Magos foi informado dessa intenção, no entanto essas diligências não deram resultados concretos até então. A resposta do Ministério Público chegou ao município a 26 de Outubro, solicitando mais alguns elementos sobre o caso. A autarquia respondeu no dia seguinte, reiterando a necessidade de autorização para proceder a uma limpeza forçada nessa propriedade privada e pediu uma audiência ao MP para dar mais esclarecimentos. Até à data não houve grandes desenvolvimentos.