Doenças associadas ao envelhecimento são a maior preocupação do Centro Social e Paroquial de Azambuja
Instituição de solidariedade social dá respostas desde a infância à terceira idade, sendo um pilar da comunidade. Direcção quer criar uma resposta especializada na área da geriatria.
Inaugurado a 12 de Fevereiro de 1996 o Centro Social e Paroquial de Azambuja foi construído para dar respostas sociais às necessidades identificadas nessa época. Actualmente, o aumento da esperança média de vida é uma realidade que começa a receber maior atenção dos responsáveis deste Centro Social e Paroquial. “Isso começa a ser uma das nossas preocupações, dar apoio a pessoas numa fase mais avançada da idade. Vivemos mais anos graças aos avanços da medicina e é importante que os vivamos com qualidade”, afirma o presidente do Centro Social e Paroquial, José Carlos Batalha, em conversa com O MIRANTE.
Apesar de ainda não existirem objectivos concretos o desafio passa pela criação de uma estrutura que apoie pessoas com doenças associadas à velhice. “As necessidades de saúde ligadas ao foro mental são uma realidade que começa a ter uma expressão inquietante. Teremos de criar uma resposta especializada nessa área. Não sabemos ainda se integrada nas estruturas de apoio já existentes ou numa individualizada”, diz José Carlos Batalha.
Ao longo de 22 anos de vida esta instituição de solidariedade social ligada umbilicalmente à paróquia de Azambuja carrega um percurso de contributos cívicos e solidários, com o objectivo primordial de dar respostas às necessidades das pessoas, desde o berço até à velhice.
José Carlos Batalha sucedeu na presidência da instituição, em Novembro de 2014, ao cónego João Canilho, pároco de Azambuja e de Vila Nova da Rainha durante 46 anos, e vigário geral do Patriarcado de Lisboa, entre 2004 e 2013.
Também Paulo Pires, de 31 anos, sucedeu ao cónego João Canilho, há dois anos, mas no seu caso específico como pároco de Azambuja. Em conversa com O MIRANTE explica que o objectivo passa por continuar o bom trabalho feito pelo cónego João. “Não posso dizer que tenho um leque de afazeres aqui. Mais que iniciativas novas procuro dar-me naquilo que são os desafios de cada dia e a partir daí continuar a missão”, declara.
Mas nem tudo se resume a coisas boas. José Carlos Batalha adverte para o facto de o “Estado nem sempre se comportar como o parceiro ideal” e agradece o apoio dos vários mecenas que ajudam na manutenção da IPSS. O presidente destaca também o apoio do Banco Alimentar contra a Fome e da Câmara Municipal de Azambuja com quem “têm uma relação de complementaridade” que funciona bastante bem.
Oitenta funcionários e mais de 500 utentes
Neste momento o Centro Social e Paroquial de Azambuja emprega mais de 80 funcionários e tem mais de meio milhar de utentes. Os utilizadores da instituição vão desde crianças com poucos meses até pessoas de idade avançada. Uma realidade que deixa José Carlos Batalha bastante satisfeito uma vez que “o Centro Social está aqui a fechar o ciclo da vida, dando resposta desde a creche até ao fim da vida”. Uma evolução que foi surgindo gradualmente sempre com o “edifício mãe” como base.
“O Centro Social começou lentamente a dar a resposta adequada na área dos idosos. Posteriormente foi criado um centro de dia, também um centro de convívio, depois percebeu-se que era necessário apoiar as pessoas em casa e evoluiu-se para um serviço de apoio domiciliário e finalmente surgiram a creche e berçário”, explica o dirigente.
Também o padre Paulo Pires mostra-se bastante agradado com as infraestruturas do Centro Social e Paroquial uma vez que permitem acompanhar as pessoas desde tenra idade e assim orientá-las para os ideais cristãos, num momento em que a igreja atravessa “uma crise da realidade cristã convencional”.