Escuteiros de Santarém procuram sede adequada à sua dimensão
Agrupamento já esteve em várias instalações e anseia por espaço onde se possa fixar em definitivo. A solução está a ser procurada em articulação com o município mas os dirigentes gostariam de poder continuar no antigo quartel da Cavalaria.
O Agrupamento 52 do Corpo Nacional de Escutas, de Santarém, já teve várias sedes ao longo dos seus 70 anos de existência e apresta-se para mudar novamente de casa, se as coisas correrem como se perspectivam. Instalado há cerca de cinco anos numa sede provisória localizada nas antigas oficinas da Escola Prática de Cavalaria, o agrupamento do escutismo católico pretende transferir-se em definitivo para um espaço com melhores condições no mesmo antigo quartel militar.
João Ferreira, 28 anos, chefe do Agrupamento de Escuteiros, revela que já andam há cerca de um ano em reuniões com a Câmara Municipal de Santarém. “É com alegria que digo que acho que estamos na fase final de encontrar um espaço definitivo”. Apesar de ainda não haver uma decisão final, acerca de onde será a nova sede ou uma data prevista para a mudança de instalações, o agrupamento pediu ao município para que esta ficasse localizada no interior da antiga Escola Prática de Cavalaria.
O chefe dos escuteiros considera essa a melhor opção por estar no centro da cidade, próximo das igrejas onde os escuteiros habitualmente participam nas eucaristias, e há muito espaço ao ar livre para praticar actividades ou acampar. “Desta forma, os escuteiros não teriam de se deslocar para um espaço fora da cidade para praticarem estas actividades”, admite João Ferreira.
O Agrupamento 52 do Corpo Nacional de Escutas é composto por 122 jovens, que são acompanhados por 25 dirigentes. A dimensão deste grupo de escuteiros tem-se revelado o maior obstáculo na procura de uma nova sede. Apesar de já terem visitado vários espaços possíveis nem todos eles reuniam as condições físicas necessárias para os receber. “A grande limitação que sempre tivemos na mudança de espaço foi a área do mesmo. Não há muitos espaços que tenham a área necessária para acolher todas as crianças e jovens”, afirma João Ferreira, acrescentando que o grupo não tem crescido mais devido a essa limitação.
A actual sede possui vários problemas que deixam este grupo de escuteiros ainda mais ansiosos pela mudança, como o deficiente isolamento térmico e a área útil não é suficiente uma vez que se trata de um espaço aberto em que não há espaço suficiente para que os equipamentos sejam arrumados de forma apropriada. Além disso, o facto de ser um espaço provisório leva a que este grupo de escuteiros não invista muito na melhoria do mesmo. “Para nós não faz sentido estarmos a investir na recuperação de um espaço que não é nosso e onde estamos provisoriamente”, admite o chefe do agrupamento.
Natureza, religião e amizade fazem parte do escutismo católico
O Agrupamento 52 do Corpo Nacional de Escutas é parte integrante da Igreja Católica. Numa época em que os jovens colocam um pouco de lado a religião os escuteiros deste grupo contrariam a tendência. Filipe Ferreira, 20 anos, garante que desde que entrou para o grupo de escutas a sua fé e devoção pela religião católica aumentou e sonha com o dia em que possa também ele ser um dirigente e partilhar a sua fé e experiência com os novos elementos. Filipe integrou o agrupamento de escuteiros há onze anos. Recorda-se de ver os escuteiros a passar pelas ruas da cidade e desejou ser um deles.
Para Mafalda Molinar, de 18 anos, a religião católica sempre foi um pilar fundamental na sua educação e por isso uma das razões pela qual admira o escutismo. Foi quando tinha sete anos que os seus pais tomaram a decisão de a colocar no grupo de escuteiros. “Chorei na noite do meu primeiro acampamento”, admite a jovem. Mas tudo passou e Mafalda diz que “o contacto com a natureza”, uma das características do escutismo, “é a nossa forma de nos ligarmos a Deus”.
Bárbara Silva, de 18 anos, entrou para os escuteiros a convite de uma amiga, quando tinha 10 anos. Apesar de lhe custar muito o frio durante os acampamentos e outras actividades e a quantidade de material que tem de transportar na mochila, admite que as vivências e os conhecimentos adquiridos fazem com que tudo valha a pena.
Alguns jovens preferem as actividades ao ar livre e vêem as cerimónias religiosas apenas como uma parte integrante do processo. É o caso de Maria Alvas, 13 anos, que pertence ao Agrupamento 52 do Corpo Nacional de Escutas há oito anos. Os acampamentos e conhecer novas pessoas são as coisas que mais a entusiasmam, para além de alguns conhecimentos práticos que se adquirem. “Já aprendi a cozinhar, a dormir fora de casa sozinha e dar-me bem com toda a gente”, diz admitindo que quando entrou era uma jovem tímida e agora orgulha-se de todos os novos amigos que já fez.