“Tomar decisões que influenciam a vida das pessoas exige muita ponderação e bom senso”
Ricardo Barros é director do Departamento de Recursos Humanos da Santa Casa da Misericórdia de Tomar.
Ricardo Barros tem 36 anos, é natural de Tomar e é director do Departamento de Recursos Humanos da Santa Casa da Misericórdia de Tomar. “A questão da terra e dos laços com a comunidade pesou na minha escolha do local onde trabalho”, diz. Casado e pai de dois filhos, o Martim e o Duarte, Ricardo tem toda a família a viver em Tomar e está ligado a várias actividades associativas que reforçam o seu contacto com as pessoas e lhe dão alento para continuar a promover eventos que ajudem à coesão da comunidade.
Ricardo Barros está há onze anos a gerir os recursos humanos da Misericórdia de Tomar, “uma instituição com muito peso na cidade e no concelho, o que torna o desafio muito aliciante apesar de ser uma tarefa complicada”. Gerir e conhecer as pessoas e tomar decisões que influenciam as suas vidas exige muita ponderação e bom senso e Ricardo acredita que tem feito a diferença de forma positiva.
A vida estudantil de Ricardo Barros foi toda feita em Tomar, tendo-se licenciado em Gestão de Recursos Humanos e Comportamento Organizacional na Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Tomar. “Foi uma escolha que me realizou, não tive qualquer dificuldade em entrar no mercado de trabalho”. Antes de entrar para a Misericórdia ainda trabalhou na Caixa Geral de Depósitos, com a possibilidade de continuar e fazer carreira, mas o convite para gerir os recursos humanos da Misericórdia foi a opção escolhida pela proximidade com a família e com a comunidade.
Ricardo assumiu também em 2016 a responsabilidade pela Rede Local de Intervenção Social. Reconhece que a tarefa nem sempre é fácil, porque por vezes as pessoas não querem ser ajudadas, mas procura contornar os obstáculos com a ajuda de quem o acompanha na tarefa, para fazer a diferença de forma positiva na vida daqueles que precisam de ajuda. “Intervir em famílias com crianças é sempre o mais desafiante porque temos de tomar decisões que podem influenciar uma vida inteira”, afirma.
O responsável adianta que é preciso ponderar muito bem quando se procura ajudar uma família com comportamentos desajustados (por exemplo, consumo de álcool ou drogas), com filhos pequenos, mas sem sinais de maus tratos aos mesmos e até demonstração de carinho e cuidado pelas crianças. Um relatório mal ponderado ou menos cuidado pode fazer a diferença entre as crianças continuarem com a família ou serem institucionalizadas. “Tem de se equacionar todos os cenários e ter a noção de que se está a balizar o futuro de uma vida”, diz.
Quando era criança Ricardo sonhava ser astronauta, fascinado pela descoberta, pelo desafio do desconhecido. Não foi possível concretizar esse sonho mas a profissão que escolheu não podia ter sido mais acertada. “Sempre me interessei pelas pessoas e posso dedicar-me ao associativismo e ajudar a comunidade a ser mais próxima e feliz”, garante.
Quando estudava no IPT, Ricardo foi membro da Associação de Estudantes e fez parte da Tuna Académica. Actualmente é eleito da Assembleia de Freguesia da Junta de São Pedro e Tomar, integra a comissão de festas da paróquia de São Pedro e foi fundador do festival solidário “Vens ouvir ou vens curtir?”. O festival tem o objectivo de angariar alguns fundos para constituir uma bolsa social, para ajudar em situações de emergência pessoas que precise e promover a freguesia de São Pedro e o orgulho das pessoas pela terra.
Ricardo considera que a família é o pilar e a motivação para todos os dias se dedicar ao trabalho. “Crio empatias com facilidade, o que é muito importante para conseguir chegar às pessoas de forma positiva”, assegura.
O gestor olha para o futuro da sua cidade com confiança. “Há pessoas muito boas que se dedicam à causa pública e as condições económicas estão a melhorar por isso acredito num futuro risonho para a cidade, para a região e até para o país”, diz. A música é outra das suas paixões. “Gosto muito de música, toco guitarra e todos os tipos de música me agradam, desde que tenham qualidade. Acho que a música pode tocar a alma e tornar as pessoas mais humanas”, conclui.