Os 700 enfermeiros do Centro Hospitalar do Médio Tejo e a abstenção elevada
O Centro Hospitalar do Médio Tejo, que engloba os hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas, tem 700 enfermeiros. A presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses diz que é preciso contratar mais 150. A administração diz que aquela exigência não é real e que o problema está na elevada taxa de absentismo que se regista entre aquela classe profissional.
Sei que a administração está a falar verdade. A taxa de absentismo é realmente muito elevada. Não sei se o problema ficaria resolvido com mais 150 enfermeiros. Isso só seria esclarecido quando ficássemos a perceber se essa centena e meia a contratar teria uma taxa de absentismo inferior, igual ou mesmo superior.
Por outro lado, se o governo “geringonça” cumprir a promessa de pôr todos os enfermeiros a trabalhar 35 horas semanais em vez das 40 horas semanais que uma grande parte daqueles profissionais, injustamente, tem que fazer, a coisa complica-se. O que eu não sei, nem ninguém me vai dizer, é a dimensão do absentismo, as suas causas e quais os serviços onde a taxa de faltas ao trabalho é mais elevada. Ajudava muito ter esses dados para se perceber o problema e se estudar a melhor solução.
Quanto à senhora sindicalista Guadalupe Simões, ela não é a pessoa indicada para reestruturar serviços hospitalares. A função dela, que deve ser respeitada, é tudo fazer para arranjar mais empregos para enfermeiros à procura de emprego e para fazer subir os ordenados e outras regalias de quem está a trabalhar...doa a quem doer, como se costuma dizer.
Luís Nunes