Centro Hospitalar do Médio Tejo precisa de mais 150 enfermeiros
Sindicato vai pressionar Governo para dar aval ao reforço da contratação
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) defende a necessidade da contratação de mais cerca de 150 profissionais para o Centro Hospitalar do Médio (CHMT) até ao final de Junho, nomeadamente para o Hospital de Abrantes. “Há um défice estrutural a nível nacional, sendo que, no caso do CHMT” (que abarca as unidades de Abrantes, Tomar e Torres Novas), “o hospital de Abrantes, por ser o que acolhe o Serviço de Urgência, sempre sobrelotado, é o que mais necessitado está”, salienta a dirigente sindical Guadalupe Simões, tendo estimado em “cerca de 150” os enfermeiros em falta para os mais diversos serviços.
Para debater esta situação, o sindicato reuniu-se no dia 27 de Março, em Torres Novas, com o conselho de administração do centro hospitalar, que funciona em regime de complementaridade de valências entre os seus três hospitais. O sindicato pretendeu também aferir da situação no Serviço de Urgência do Hospital de Abrantes, considerando que este é um serviço “sobrelotado e que recebe ainda utentes das urgências básicas de Tomar e Torres Novas apenas para soro ou para lhes receitarem antibióticos”.
Para o sindicato, o que está a acontecer com a falta de enfermeiros no Médio Tejo é um dos exemplos do que se passa a nível do país. Os profissionais “estão sobrecarregados em termos de horários e urgências sobrelotadas, e com a necessidade de autorização dos Ministérios da Saúde e das Finanças para o aval ao reforço da contratação”, salientou Guadalupe Simões, destacando as necessidades da reorganização de serviços hospitalares, tendo em conta a redução do horário de trabalho das 40 para as 35 horas semanais.
Guadalupe Simões diz que vai dar conta dos resultados desta reunião de trabalho aos enfermeiros para definir as acções futuras, e vai pressionar o Ministério das Finanças no sentido de autorizar as contratações necessárias, sendo que “todos os enfermeiros estão a fazer, há muito tempo, mais horas das que deveriam fazer”, sintetizou.
O CHMT confirma a “necessidade de mais profissionais” de saúde, considerando, no entanto, que “150 enfermeiros em falta não é um número real” e que “os processos de contratação estão a seguir os seus trâmites normais”. O centro hospitalar tem mais de 700 enfermeiros no quadro, mas regista-se uma “taxa de absentismo elevada que obriga a uma gestão muito rigorosa” para que não se verifique uma ruptura nos serviços.
A dirigente sindical lembrou ainda os “problemas decorrentes do excesso de médicos subcontratados”, destacou ainda a confirmação por parte do conselho de administração do CHMT das obras de requalificação e expansão da Urgência Médico-Cirúrgica na unidade hospitalar de Abrantes (orçadas em um milhão e quinhentos mil euros), que se prevê venham a avançar este ano.