Falta de água é um problema recorrente em Monsanto
As condutas que abastecem essa localidade do concelho de Alcanena já passaram há muito o prazo de validade. Câmara promete obras em simultâneo com a intervenção na Estrada Regional 361. Moradores esperam que seja para breve.
A população de Monsanto, no concelho de Alcanena, está farta dos consecutivos e recorrentes cortes de água às habitações, motivados por roturas nas condutas de abastecimento. Fátima Henriques habita numa vivenda há cerca de 13 anos, na Rua do Cinzal, e contou a O MIRANTE que os cortes no abastecimento de água são recorrentes e na última semana de Maio esteve dois dias sem água.
“O problema é tão velho quanto as condutas que servem as habitações e causa vários constrangimentos. Muitas vezes tenho de tomar banho com recurso a garrafões de água”. Fátima Henriques adianta que quando construiu a casa já sabia que havia problemas com as condutas. “A minha irmã, que tem uma casa próxima da minha, e outros habitantes alertaram-me para o problema e até sugeriram que construísse um reservatório, mas o custo elevado não permitiu e agora muitas vezes fico privada de água nas torneiras”, diz.
O presidente da Junta de Freguesia de Monsanto, Samuel Frazão, confirmou a O MIRANTE que o problema com as condutas que abastecem a freguesia já é antigo. “As condutas estão velhas, precisam de ser substituídas, há um projecto na câmara para avançar com a obra, mas agora está condicionado pelas obras na Estrada Regional 361, onde passam as condutas que abastecem os estreitos. Aguarda-se a obra de requalificação da estrada para se fazer ao mesmo tempo”.
O autarca adianta ainda que nos últimos dias tem havido queixas de moradores devido à ruptura nas condutas, limitando-se a informar a Luságua, empresa concessionária do serviço para fazer a reparação.
Joaquim Gomes, responsável pela gestão da Luságua, confirmou a existência desse problema recorrente em Monsanto. “As condutas estão velhas e precisam de ser substituídas. O tempo de vida destas condutas em fibrocimento é de cerca de 30 anos e estas têm 50 anos”, explica.
O gestor explicou que esta situação é penalizadora para os consumidores e para a empresa, que muitas vezes tem de contratar máquinas e mão-de-obra para fazer a reparação das roturas, a juntar à perda de água não cobrável. “A responsabilidade de substituir as condutas é da Câmara de Alcanena, tendo em conta que o contrato de concessão entre a câmara e a Luságua não prevê investimento da concessionária”, refere.
O vereador com o pelouro das obras na Câmara de Alcanena, Luís Pires, adiantou que este problema com as condutas de água em Monsanto está identificado e que “existe um projecto para se fazerem as obras de substituição, mas aguardamos pelas obras na ER 361 para fazermos os trabalhos em paralelo”.
Enquanto não avançarem as obras de substituição das condutas de água em Monsanto, a Luságua vai continuar a assegurar a reparação das roturas, pelo menos até Outubro próximo, quando termina a concessão.