Maratona criativa projecta soluções tecnológicas para o dia a dia
Iniciativa CityHack reuniu em Tomar durante 24 horas cerca de setenta estudantes do ensino superior. Uma aplicação na área da restauração foi a ideia vencedora. Empresas parceiras ajudam a colocar projectos em prática.
O projecto Gula - Connect and Taste venceu a maratona de 24 horas CityHack para idealizar soluções tecnológicas que possam melhorar a qualidade de vida das pessoas. Trata-se de uma aplicação multiplataforma na área da restauração, que permite, por exemplo, a selecção personalizada de pratos e consultar o tempo de espera de atendimento nos restaurantes. Pretende também optimizar o serviço geral e reduzir a margem de falhas. O projecto, que foi premiado com 2 mil euros, pode avançar, em parceria com os patrocinadores associados ao evento. A iniciativa decorreu nos dias 2 e 3 de Junho no Complexo da Levada, em Tomar.
O segundo lugar foi para a equipa Cuscarias, com a aplicação móvel para combate à obesidade infantil. As crianças interagem e cuidam de um avatar que partilha da alimentação delas. Faz uso de “gamification” e encoraja também a socialização e o exercício físico. A aplicação foi premiada com mil euros.
A equipa myPolis conseguiu o terceiro lugar, com uma plataforma digital para divulgação da agenda política e participação cívica. Disponibiliza ferramentas para cidadãos e políticos, onde propostas podem ser consultadas e avaliadas por todos e cujo objectivo é melhorar a democracia, tornando os cidadãos mais informados e participativos. Recebeu um prémio de 500 euros.
A competição envolveu 15 equipas e setenta participantes, a maioria alunos de mestrado do curso de Engenharia Informática do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), mas também alunos de outras instituições de ensino, como a Universidade Nova de Lisboa.
Nuno Madeira, o professor do IPT que liderou a organização do CityHack, que já vai na segunda edição, congratulou-se com a dedicação das equipas, dos 30 mentores, que acompanharam e orientaram os alunos, e os muitos patrocinadores que tornaram possível esta maratona, que teve início às 15h00 de dia 2 e terminou às 15h00 de dia 3 de Junho.
Preparar os alunos para o mercado de trabalho a dez anos
“Com o Cityhack procuramos encontrar soluções para problemas em concreto, questões apresentadas por mentores que conhecem o território”, sublinhou o presidente do Instituto Politécnico de Tomar, Eugénio Pina de Almeida.
Pina de Almeida frisou que o IPT está a preparar-se para os desafios de futuro reunindo um conjunto de parceiros empresariais que permitem saber quais os problemas que estão a sentir no momento de modo a tentar adequar a oferta formativa ao mercado de trabalho. “Neste momento o grande desafio é preparar os nossos alunos para o mercado de trabalho não para daqui a dois ou três anos mas para daqui a 10 ou 15 anos”, destacou.
Eugénio de Almeida adiantou ainda que esta iniciativa é muito estimulante para os alunos. “Falamos de jovens que se juntam em equipas e convivem durante 24 horas, criando laços de amizade e trocando experiências e conhecimentos. É muito mais do que uma competição, com a mais valia de as ideias poderem ser implementadas com a participação das empresas parceiras”, concluiu.
Autarca apela à fixação de jovens em Tomar
A presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas (PS), agradeceu o trabalho das centenas de pessoas envolvidas na iniciativa e incentivou todas as equipas que participaram no CityHack a estarem presentes no evento do próximo ano, desafiando os alunos a escolherem Tomar para fixar residência e trabalhar.
“Espero que todos vós, quando terminarem os vossos cursos, possam vir viver para Tomar, uma cidade com uma grande ambiente criativo. É aqui que deve ser feita a vossa vida, porque temos uma cidade e um concelho acolhedores e de futuro, e a nossa energia templária é única”, disse a autarca.