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A “Tertúlia dos 21” é que escolheu a “rapaziada” que governa a Chamusca 

Não é só a Chamusca que é governada por uma “rapaziada”, como é dito no artigo de opinião de J.A.E. Há outros micro concelhos que também estão entregues a “rapaziadas”. A divisão administrativa e o favorecimento legal de partidos políticos já estabelecidos geram estas entorses à democracia.
Na Chamusca, segundo dados das últimas eleições para a estrutura distrital do PS, aquele partido tem 21 militantes. São esses 21 cidadãos da Chamusca que escolhem quem vai figurar nas listas de candidatos à câmara, à assembleia municipal e às assembleias de fFreguesia. Isso se votarem todos, o que não costuma acontecer.
Sendo assim, não é de admirar que, como diz o autor do texto de opinião, os elementos da tal rapaziada, que refere, se comportem politicamente como se fizessem parte da malta dos forcados, do rancho, da equipa de basquetebol ou do grupo de caçadores. Afinal essas organizações até são muito maiores do que o PS local.
O regabofe da “ditadura” dos partidos vai continuar porque os partidos políticos não permitem a concorrência de ninguém. Se alguém quiser apresentar uma lista de candidatos independentes à Câmara da Chamusca, precisa de um número de proponentes corresponde a 3% dos eleitores inscritos no recenseamento eleitoral.
Como os eleitores inscritos na Chamusca são 8.160, uma lista de independentes tem que ser proposta por um mínimo de 2.449 cidadãos eleitores do concelho. Só para se ter uma ideia, a tal rapaziada do PS ganhou as eleições de 2013 com 1795 votos. Ou seja, na altura, considerando que todos os que votaram PS estavam dispostos a subscrever a lista se isso fosse obrigatório para os partidos, as suas assinaturas não chegavam.
A actual maioria PS da Chamusca assenta na vontade de 21 militantes que escolheram a lista e em apenas 2.792 eleitores, de um total de 8.160, que votaram nela. Na prática, há 5.368 eleitores da Chamusca que, pelas mais diversas razões, não votaram na rapaziada.
O afastamento dos eleitores começa exactamente com a constatação de que os candidatos não são os que interessam a um município mas os que interessam ao grupo de 21 pessoas que os escolhe lá na tertúlia do partido.
Fernando de Carvalho

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