Reforço de verbas para divulgação e cortejo etnográfico gera discussão em Coruche
Alterações ao orçamento municipal propostas pela maioria socialista reflectem a aposta na promoção do concelho. Oposição comunista não gostou.
A sexta alteração ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano da Câmara de Coruche causou discussão na última reunião do executivo municipal. Em causa está a redução de verbas em áreas como o planeamento urbanístico e o reforço em áreas como a divulgação (de 10 mil para 62 mil euros) e o cortejo histórico e etnográfico durante as festas da vila (de 7 mil para 17 mil euros).
Segundo o presidente do município, Francisco Oliveira (PS), há rubricas com maior e menor desempenho, por isso é natural que sejam feitas alterações ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano da Câmara de Coruche. “Nós colocámos uma maior verba na área dos edifícios degradados mas felizmente não foi necessário utilizá-la. Por isso, decidimos agora colocar a verba noutra rubrica”, adiantou o autarca na última reunião camarária.
Quanto à decisão de reforço na área da divulgação (em 48 mil euros) e no cortejo histórico e etnográfico (em 10 mil euros), o autarca admitiu fazer todo o sentido já que é uma clara aposta na promoção do concelho e na captação de visitantes. “Queremos não só dar a conhecer as tradições de Coruche, mas também incentivar para que venham viver para o concelho”, referiu Francisco Oliveira.
Também a vereadora Célia Ramalho (PS) confessa ser essencial a aposta na divulgação do concelho e dos seus eventos. “Esse discurso fazia todo o sentido há uns anos mas neste momento nós precisamos de nos promover e comunicar”, defendeu.
O mesmo se passa com o cortejo realizado durante as festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo. É que, admitiu Célia Ramalho, além de ser uma montra local, está-se também a divulgar as colectividades da terra. Agora, justificou, como o tema vai mudando de ano para ano, a verba também vai alterando.
O assunto foi abordado pelo vereador Valter Peseiro (CDU), que questionou o presidente sobre a decisão em reduzir as verbas previstas para algumas áreas importantes para o concelho em detrimento de outras. “Porque é que reduzimos em 34 mil euros na área do planeamento urbanístico para reforçarmos em 10 mil euros no cortejo?”, interrogou. “É que podiam reforçar na educação social, no associativismo ou no desporto. Mas não, vão reforçar antes na publicidade e divulgação de eventos. Não entendo esta estratégia”, desabafou o vereador comunista.