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Pais são um problema no futebol de formação
Francisco Jerónimo e José Couceiro debateram a problemática dos pais das crianças nos jogos de futebol em Santarém

Pais são um problema no futebol de formação

Alerta foi deixado durante o III Encontro do Futebol Distrital, organizado pela Associação de Futebol de Santarém. Comportamento dos familiares durante os jogos pode desestabilizar os jovens jogadores e há quem defenda que só deve haver campeonatos a partir de uma certa idade, para não se instilar demasiado cedo a rivalidade da competição.

Os pais e a família dos jovens futebolistas são apontados como um dos grandes problemas do futebol de formação. Esta foi uma das conclusões que saíram do III Encontro do Futebol Distrital, organizado pela Associação de Futebol de Santarém (AFS), que decorreu na Casa do Campino, em Santarém. O encontro que reuniu dirigentes e treinadores de várias equipas do distrito, contou com um debate sobre a formação com a participação do director da Portugal Football School da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), André Seabra, e do director técnico nacional da FPF, José Couceiro, e moderação do presidente da AFS, Francisco Jerónimo.
Acerca da atitude de alguns pais de jovens atletas durante os jogos, o treinador José Couceiro, que já orientou várias equipas da 1ª Liga, acredita que “as coisas e os comportamentos vão mudar um dia, mas é através da educação e nunca pela imposição de mais regras. É um processo muito mais longo mas mais certo”.
O facto de haver competição desde muito cedo “não torna o futebol amigável”, diz Couceiro. “Não queremos um campeão com 9 anos de idade. Não queremos que uma equipa ganhe por 20-0 a outra. Temos de gostar mais de futebol e menos dos clubes. As crianças têm de ser felizes a jogar como nós éramos quando jogávamos na rua com os nossos amigos e isso muitas vezes não acontece”.
Há quem defenda que a competição só deveria “iniciar-se a partir dos escalões de iniciados e juvenis”, como é o caso do presidente do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Santarém, Jorge Maia. “Os pais têm um comportamento que muitas vezes não é adequado a um jogo de futebol e desestabilizam os miúdos dentro de campo. Os pais, os avós e até alguns técnicos que os levam para o desporto, têm que passar outros valores aos seus jovens jogadores”, considera o antigo árbitro.
Jorge Maia diz a O MIRANTE que os árbitros tentam agir de forma pedagógica e para já nunca houve um caso grave com nenhum árbitro, mas afirma que já assistiu a conflitos e confrontos entres pais nas bancadas.
O director do Grupo Desportivo de Samora Correia, Tiago Reis, destaca que “o grande problema é que os pais valorizam mais a competição entre os miúdos do que propriamente a sua formação como homens e mulheres que vão ser no futuro. Aos meninos é fácil transmitir esses valores, mas os pais depois estragam tudo porque acham que os filhos vão ser a salvação deles porque pensam que têm ali um Cristiano Ronaldo”.
Para o técnico de Samora Correia, “a grande dificuldade é conseguirmos dar formação aos pais porque se abstraem de ter esse papel de educadores dos filhos”. E revela que já lhe aconteceu ter de “ir à bancada avisar alguns pais que estavam quase a chegar a vias de facto para pararem com a confusão”.

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