Filarmónica Incrível Pontevelense tem dirigentes por mais 90 dias
Comissão administrativa assegura gestão da sociedade a título provisório. Ficou lavrado em acta que se não for encontrada uma nova direcção até final deste ano, a colectividade do concelho do Cartaxo fecha portas.
A Sociedade Filarmónica Incrível Pontevelense (SFIP) vai continuar em actividade pelo menos até ao final deste ano. Na última assembleia-geral da maior colectividade da freguesia de Pontével, concelho do Cartaxo, realizada a 20 de Setembro, foi formada uma comissão administrativa de gestão, composta por 11 elementos, que vão trabalhar para, no prazo de 90 dias (até final de 2018), criarem uma nova direcção para a colectividade. Caso isso não aconteça, a SFIP encerra portas. “Fiquei com a percepção, durante a última assembleia-geral, que havia pessoas com vontade de formar uma direcção. Espero que isso aconteça para que a SFIP não morra”, disse Mário Silva, ex-presidente da colectividade e membro da comissão administrativa.
Da nova Comissão Administrativa de Gestão fazem parte José António Sobreira (presidente); Caetano Vieira (vice-presidente); António Ferreira e José António Silva (ambos tesoureiros). Como secretários ficam Mário Silva e Telmo Pita. Integram ainda esta comissão Luísa Duarte, Cidaliza Freitas, Ernestina Delgado, José Tavares e José Ribeiro. Durante este período transitório deixa de existir conselho fiscal. Mário Silva explicou a O MIRANTE que ficou registado na acta da última assembleia-geral que caso não apareça uma direcção até final deste ano a SFIP fecha portas.
O mandato da última direcção terminou em Dezembro de 2017 mas Mário Silva e os restantes elementos mantiveram-se na comissão administrativa até agora para evitar que a colectividade encerre definitivamente. “Estou na direcção da SFIP há cerca de oito anos e não posso continuar mais. Dói muito perceber que a SFIP pode fechar portas mas se não aparecerem interessados é isso que vai acontecer”, explicou Mário Silva, que é enfermeiro e também docente na Escola Superior de Saúde de Santarém em Agosto passado.
Mário Silva sabe que as pessoas têm relutância em se candidatar à direcção devido à avultada dívida que a colectividade tem. A nova sede da SFIP foi inaugurada em Outubro de 2005 e custou cerca de 800 mil euros. A Câmara do Cartaxo pagou parte da obra mas ficou acordado que a SFIP pagaria 100 mil euros. O objectivo da SFIP era vender a antiga sede para pagar a dívida da nova sede, só que isso não aconteceu.
Antiga sede corre risco de penhora
Em 2016 a colectividade recebeu a notificação do processo de insolvência da construtora responsável pela obra para pagar a dívida ou avançariam com uma acção de penhora da antiga sede. “O único património da SFIP é a antiga sede, uma vez que a nova sede ainda está em processo de legalização. A minha esperança é que a empresa tenha muitos credores e não se lembrem de nós, porque a qualquer momento podem vir penhorar a antiga sede”, explica o dirigente.